Portugal Colonial - Loewe explora humor e Hermès, a sobriedade, na Semana da Moda masculina de Paris

Loewe explora humor e Hermès, a sobriedade, na Semana da Moda masculina de Paris
Loewe explora humor e Hermès, a sobriedade, na Semana da Moda masculina de Paris / foto: ALAIN JOCARD - AFP

Loewe explora humor e Hermès, a sobriedade, na Semana da Moda masculina de Paris

A marca espanhola Loewe optou pelo humor em seu desfile de moda masculina, neste sábado (20), com roupas de couro amarradas abaixo da cintura, enquanto a francesa Hermès apresentou um desfile mais solene, com cores sóbrias.

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As duas casas de luxo, nascidas no século XIX em torno da produção de couro, cultivam o mesmo tipo de clientela, mas suas propostas para a temporada são bem diferentes.

A Hermès, pelas mãos de Véronique Nichanian, propôs para o próximo outono-inverno um homem ativo e urbano que não quer abrir mão de ser chique, como nos suéteres de alpaca e nos sobretudos bem cortados.

Já o norte-irlandês Johathan Anderson, diretor artístico da Loewe, conseguiu levar para a marca, um ícone da tradição do couro durante mais de um século e meio, por vias muito mais artísticas e ousadas.

Para Anderson, a jaqueta de couro em estilo motociclista simplesmente se transforma em calças enormes, com o mesmo tipo de zíper prateado.

Outras calças têm corte mais clássico, mas são acompanhadas de um "semicinturão", ou seja, uma língua de couro que sai da etiqueta Loewe na parte de trás da peça. A fivela fica solta na parte da frente.

Na Hermès, a paleta de cores foi sóbria, do preto ao marrom escuro, com certos toques de azul acinzentado em um colete e verde maçã em jaquetas e suéteres.

As maxibolsas de couro parecem prontas para o homem que viaja sem parar.

- Colaboração com Richard Hawkins -

Na Loewe, Anderson apresentou um terno de lã cinza, em risca-de-giz, de corte impecável, mas as calças foram enfiadas debaixo das meias brancas, e estas, por sua vez, são usadas com tênis de stake.

Em seguida, surgem suéteres em verde pistache e calças em amarelo limão.

"As peças (de roupa) são unidas umas às outras: os sapatos às meias, as meias às calças, as calças à jaqueta ou ao sobretudo, o cinto à cintura; em uma tentativa sarcástica de impor, ao invés de propor, um olhar muito parecido com o que ocorre na realidade na colagem em que todos vivemos", explicou Loewe em nota à imprensa.

A coleção "tem muito a ver com a forma como nos apresentamos", explicou o estilista à imprensa.

"Queria reinterpretar as normas, mas fazendo alguma pegadinha", acrescentou, dando como exemplo "essa calça por dentro da meia".

Nichanian, por sua vez, vai passo a passo. O desfile da Hermès vai se transformando e "a silhueta vibra, animada por uma efervescência pop, lúdica", explica.

Mas os sapatos, encomendados da casa Pierre Hardy, parecem tamancos em tons de vinho.

O desfile da Loewe começou com impacto: um homem com um vestido de couro amplo, com um enorme laço (também em couro) abaixo da cintura, e as pernas descobertas.

Hermès e Loewe coincidiram em um detalhe: um cenário branco para apresentar suas coleções.

Anderson mostrou suas criações sob os grandes quadros digitais do artista Richard Hawkins, obcecado pelo nu masculino, como uma reflexão sobre a sociedade atual e a celebridade. Na plateia, várias estrelas de Hollywood.

Anderson pediu a colaboração de atores como Jamie Dornan ("Cinquenta Tons de Cinza"), aos quais solicitou que filmassem a si mesmos. O resultado foi editado digitalmente por Hawkins, um renomado artista e ativista gay.

A.Seabra--PC