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Justiça francesa condena atriz Isabelle Adjani por fraude fiscal
A Justiça francesa condenou, nesta quinta-feira (14), a premiada atriz Isabelle Adjani a dois anos de prisão sob sursis e a uma multa de 250 mil euros (US$ 273 mil, ou R$ 1,3 milhão na cotação atual) por fraude fiscal.
A atriz foi condenada por declarar como um empréstimo uma doação de dois milhões de euros (US$ 2,18 milhões, ou R$ 10,6 milhões), por fingir viver em Portugal em 2016 e 2017 e pela transferência de 120 mil euros (US$ 130 mil, ou R$ 637 mil) através de uma conta não declarada nos Estados Unidos.
O tribunal destacou a "gravidade dos fatos" que lhe permitiram sonegar 236 mil (US$ 260 mil, ou R$ 1,27 milhão) de imposto de renda e 1,2 milhão de euros (US$ 1,32 milhão, ou R$ 6,4 milhões) de tributação de transmissão patrimonial.
"Esses fatos demonstram a vontade de Isabelle Adjani de ocultar da administração tributária" e de "minar gravemente a igualdade dos cidadãos" ante a Receita Federal, declarou a presidente do tribunal.
"Uma atriz com talento evidente também é uma contribuinte", afirmou a juíza.
Seu advogado, Olivier Pardo, sublinhou que Adjani, que sempre defendeu sua inocência, "não pediu para ter um melhor tratamento", por parte da Justiça, por sua notoriedade e acrescentou que, "com confiança e determinação, vão apresentar um recurso".
O julgamento aconteceu sem a atriz. Seus advogados solicitaram em vão seu adiamento, alegando que ela estava nos Estados Unidos e sofria de "uma patologia aguda incompatível com o avião".
Adjani comentou a condenação com uma mensagem publicada nesta quinta-feira à noite em suas contas nas redes sociais, como Instagram e Facebook, na qual parafraseou uma famosa frase do escritor francês Émile Zola: "minha dedicatória do dia a todos que sabem. A verdade é lenta, mas não para jamais".
Com cinco prêmios César do cinema francês de melhor atriz, a intérprete, de 68 anos, é uma das estrelas mais queridas da França e, há 30 anos, marcou o cinema francês ao emprestar seu rosto à "Rainha Margot".
Isabelle Adjani afirmava que os dois milhões de euros não foram um presente, mas um empréstimo de um amigo, o influente empresário senegalês Mamadou Diagna Ndiaye, membro do Comitê Olímpico Internacional (COI).
G.Machado--PC