Portugal Colonial - América Latina alcança proposta comum para apresentar na COP28, em Dubai

América Latina alcança proposta comum para apresentar na COP28, em Dubai

América Latina alcança proposta comum para apresentar na COP28, em Dubai

Os ministros do Meio Ambiente da América Latina e do Caribe conseguiram fechar, nesta quinta-feira (26), no Panamá, uma proposta comum sobre seis temas para levar à conferência COP28 sobre mudança climática de Dubai.

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A proposta inclui temas sobre mudanças climáticas, biodiversidade, contaminação, gênero e ambiente, educação ambiental e consumo, além de produção sustentável, e foi aprovada por unanimidade, sob aplausos, ao fim do XXIII Fórum de Ministros do Ambiente da região.

"As seis decisões propostas foram adotadas", disse o ministro do Meio Ambiente da Costa Rica, Franz Tattenbach, que presidiu o fórum de dois dias na capital panamenha.

Os ministros também aprovaram uma "declaração" de 51 pontos, que fixa a agenda ambiental dos próximos anos e chama o mundo industrializado a apoiar a adaptação às mudanças climáticas dos países latino-americanos.

"Estamos firmemente comprometidas e comprometidos em acelerar a ação contra a mudança climática", diz a declaração.

"Urgimos os países desenvolvidos a cumprirem seus compromissos de provisão e mobilização de recursos, incluindo a meta de mobilizar no mínimo 100 bilhões de dólares [R$ 500 bilhões] ao ano em financiamento climático para apoiar as necessidades dos países em desenvolvimento", acrescenta.

Os ministros se reuniram no Panamá no âmbito da "Semana do Clima da América Latina e do Caribe", que reúne cerca de 3.000 delegados de governos locais e nacionais, povos indígenas, sociedade civil e iniciativa privada, com debates centrados na transição para energias renováveis.

- 'Futuro energético sustentável' -

"Vamos promover iniciativas nacionais e regionais que integrem os esforços na qualidade do ar, solo, assim como na qualidade e quantidade da água e implementar medidas para adaptação e mitigação das mudanças climáticas", diz a declaração aprovada pelos ministros.

"Reafirmamos nosso compromisso com um futuro energético sustentável, que permita afiançar a segurança energética, promover a interconexão e a integração energética, fomentar a estabilidade dos mercados, garantindo uma transição energética justa, limpa e sustentável", acrescenta.

Este consenso representa um marco, pois, no passado, a região nem sempre apresentou propostas conjuntas nos fóruns internacionais de meio ambiente, segundo um funcionário da ONU.

"O tema das posições comuns é fundamental porque a região da América Latina e Caribe não necessariamente chega nos espaços globais com posições concertadas como região", disse à AFP o diretor regional para América Latina e Caribe do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Juan Bello.

- Manejo do solo -

Os países latino-americanos avançam com "sucesso" na transição para energias renováveis, principalmente eólica e solar, segundo um relatório divulgado no âmbito do encontro no Panamá na quarta-feira.

No entanto, esses avanços serão insuficientes para conter o aquecimento global, por isso também devem redobrar os esforços para a degradação da terra, advertiu uma funcionária da ONU.

"A terra e o manejo, proteção e restauração da terra, são fundamentais para alcançar as metas climáticas e para deter a perda de biodiversidade", disse à AFP Andrea Meza, secretária-executiva adjunta da Convenção das Nações Unidas de Luta contra a Desertificação.

"Estamos perdendo globalmente 100 bilhões de hectares de terra saudável, de terra boa. A terra saudável é fundamental para produzir bons alimentos e é fundamental para garantir segurança hídrica", acrescentou.

Por tal razão, "fazendo apenas a transição energética não vamos alcançar as metas, tem que se fazer também uma transição em como estamos manejando nossas terras", insistiu Meza.

A COP28 ocorrerá de 30 de novembro a 12 de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e abordará assuntos como a redução das emissões de gases do efeito estufa, a progressiva eliminação de combustíveis fósseis, exploração de energias renováveis e a assistência a países em desenvolvimento, entre outros.

A reunião no Panamá, da qual participam 27 dos 33 países da região, ocorre em meio a protestos e bloqueios de ruas para exigir a suspensão de um contrato com uma companhia canadense para operar a maior mina de cobre da América Central.

F.Moura--PC