- Músico Stromae é homenageado na Bélgica
- Neuer se machuca em treino e vira dúvida no Bayern
- TPI emite ordens de prisão contra Netanyahu, Gallant e líder do Hamas
- Fritz vence Minaur e jogo de duplas decidirá duelo entre EUA e Austrália na Davis
- Alemanha e França buscam aliados para acordo UE-Mercosul
- Em autobiografia, Merkel descreve Trump como alguém 'fascinado' por autocratas
- Tráfico, apagões, baixo crescimento: Equador em apuros antes de novas eleições
- AIEA prestes a votar resolução que condena o programa nuclear do Irã
- Governo talibã proíbe livros 'não islâmicos' em bibliotecas e livrarias
- Acusação contra magnata indiano Adani nos EUA faz império empresarial derreter na bolsa
- Kiev acusa Moscou de disparar míssil intercontinental contra Ucrânia pela primeira vez
- Bombardeios israelenses deixam dezenas de mortos na Faixa de Gaza
- Morre John Prescott, ex-vice-primeiro-ministro de Tony Blair
- Quatro turistas morrem no Laos com suspeita de intoxicação com metanol
- Negociadores da COP29 buscam consensos após rascunho de acordo que mostra divergências
- Famosa banana colada na parede é vendida por US$ 6,2 milhões em Nova York
- Candidatos encerram campanha presidencial antes do 2º turno no Uruguai
- Governo dos Estados Unidos pede separação entre Google e Chrome
- Brasil não vai evitar debate sobre combustíveis fósseis na COP30
- Governista Delgado diz que 'maioria silenciosa' vai elegê-lo presidente do Uruguai
- Síria reporta 36 mortos em bombardeio israelense na cidade de Palmira
- Ortega lança reforma para controle total do poder na Nicarágua ao lado da esposa
- Ucrânia lança mísseis britânicos contra Rússia; Xi e Lula pedem 'solução política' para conflito
- Bancos centrais se reposicionam diante da alta do dólar
- Acordo político rompe bloqueio para aprovar nova composição da Comissão Europeia
- Filho mais velho da princesa-herdeira da Noruega é preso preventivamente
- Imigrante venezuelano é condenado por assassinato denunciado por Trump
- Ortega propõe reforma que amplia seu poder na Nicarágua
- Nvidia volta a superar as expectativas por seus resultados no 3T
- Hezbollah rejeita qualquer condição de Israel para trégua no Líbano
- ONU alerta para trauma das crianças que atravessam Darién
- Trump escolhe Matthew Whitaker como embaixador na Otan
- Armários de astros do Real Madrid vão a leilão em Londres
- Musk quer cortes maciços de funcionários e gasto federal nos EUA
- Ucrânia usou mísseis britânicos contra a Rússia (imprensa)
- Pecuarista é condenado a 3 anos de prisão por matança de pinguins na Argentina
- Violência deixa 150 mortos em uma semana na capital do Haiti (ONU)
- Lula e Xi urgem solução política na Ucrânia em meio a nova escalada
- Itália vence Eslováquia e conquista a Billie Jean King Cup
- Seleção termina ano mergulhada em um mar de dúvidas
- Lula defende junto a Xi diplomacia como solução para guerra na Ucrânia
- Giorgia Meloni reconhece Edmundo González Urrutia como presidente eleito da Venezuela
- EUA veta no Conselho de Segurança projeto de cessar-fogo em Gaza
- Vice do Equador retorna ao país e pede fim de 'perseguição'
- Compra do Paris FC pelos donos da LVMH será concluída nos próximos dias
- Líder da Igreja Anglicana vai encerrar funções em 6 de janeiro
- Barcelona adia retorno ao Camp Nou para pelo menos meados de fevereiro
- Macron no Chile, seu contraexemplo em meio à disputa sobre o acordo UE-Mercosul
- Lula: 'Em um mundo assolado por conflitos', China e Brasil priorizam 'a paz e a diplomacia'
- Alemanha elimina Canadá e vai à semifinal da Copa Davis
Milhares de mortos em Gaza e um luto impossível
Todos os dias, a palestina Um Umar pega o telefone e simula uma ligação para o marido para tranquilizar a filha de quatro anos que ainda não sabe que o pai morreu na guerra em Gaza.
Ibrahim al-Shanbari morreu nos primeiros dias do conflito em um ataque aéreo de Israel no norte da Faixa de Gaza. Tudo aconteceu "muito rápido" para Um Umar, que perdeu tudo "em uma fração de segundo".
Originária de Bait Hanun, vive agora deslocada com os filhos de 4 a 11 anos em Al-Mawasi, sul do território palestino.
"Não sei como os meses passaram", explica a mulher, que não pôde viver o luto como o "costume" em Gaza, nem no momento do enterro nem depois.
Segundo o Ministério da Saúde do território governado pelo Hamas, quase 40.000 palestinos morreram em Gaza após o ataque do movimento islamista no sul de Israel em 7 de outubro.
A ação do Hamas matou 1.197 pessoas, segundo uma contagem da AFP com dados oficiais israelenses. Entre os mortos estavam mais de 300 soldados.
Os combatentes islamistas tomaram 251 reféns, 111 permanecem sequestrados em Gaza, embora 39 deles estejam mortos, segundo o Exército israelense.
Após meses de bombardeios, disparos de artilharia e combates terrestres, os palestinos em Gaza vivem em meio a ruínas.
Segundo um balanço do governo do Hamas, mais de 1,5% dos 2,4 milhões de habitantes do território morreram, a maioria em condições extremamente violentas.
Alguns feridos sangraram até à morte antes de chegarem aos hospitais, outros morreram enterrados sob suas próprias casas, enquanto outros foram vítimas dos bombardeios que deixaram seu corpos em pedaços.
- "A morte substituiu a vida" -
Para Mustafa al-Khatib, de 56 anos, "a morte substituiu a vida".
A violência lotou os cemitérios, forçando os habitantes de Gaza a improvisar sepulturas, disse Khatib à AFP, afirmando que "não há pedras nem cimento para cobri-las".
O enterro às pressas do tio de Khatib no pátio de um hospital o deixou "de coração partido", disse.
Sua irmã foi enterrada em um cemitério abandonado, que segundo Khatib, foi bombardeado depois.
No campo de deslocados de Al Baghazi, no centro de Gaza, uma mulher colocou a mão no chão em frente à porta de uma escola transformada em abrigo. Foi onde enterrou sua filha, que morreu em seus braços após uma explosão.
Os habitantes de Gaza, quase todos deslocados pelo menos uma vez durante a guerra, enterram agora seus entes queridos em qualquer espaço disponível, na rua ou em um campo de futebol.
Muitos não sabem quando poderão retornar ao local ou se poderão encontrá-lo novamente.
- A falta do último abraço -
Nos quase 10 meses desde o início da guerra, jornalistas da AFP testemunharam enterros coletivos e corpos enterrados envoltos em lençóis ensanguentados. Alguns foram embrulhados em plásticos marcados com números porque estavam irreconhecíveis ou porque ninguém os reclamou.
Em todo o território, são realizados enterros às pressas diariamente em meio a combates, ordens de evacuação e viagens perigosas em busca de alimentos, água e assistência médica.
Alguns nem sequer têm a oportunidade de se despedir. Muitos dizem que esperam a própria morte para se reencontrarem com seus familiares.
Ali Khalil soube que seu filho Mohammed, de 32 anos, foi morto em um bombardeio em Al Shati, nos arredores da Cidade de Gaza. Quando recebeu a notícia, estava longe, porque havia fugido com os netos para o sul de Gaza.
"O que mais me dói é não ter enterrado meu filho, não pude abraçá-lo e me despedir dele", lamentou o homem de 54 anos.
"Me pergunto se o corpo ficou intacto ou em pedaços. Não tenho ideia."
G.Machado--PC