
-
Rússia encerra trégua sobre ataques contra instalações de energia na Ucrânia
-
Embaixador americano em Israel deixa mensagem de Trump no Muro das Lamentações
-
Ataque americano contra porto no oeste do Iêmen deixa 58 mortos
-
Novos ataques russos na Ucrânia; EUA ameaça abandonar esforços de paz
-
EUA anuncia novas tarifas portuárias para navios vinculados à China
-
Ataque americano contra porto no oeste do Iêmen deixa quase 40 mortos
-
Tenista ucraniana Lesia Tsurenko processa WTA por "abuso psicológico"
-
Para diretora do FMI, países devem aproveitar novo mundo multipolar ao máximo
-
Republicanos irão investigar Universidade de Harvard
-
Corinthians demite técnico Ramón Díaz
-
Betis e Fiorentina vão se enfrentar nas semis da Conference League; Chelsea e Djurgarden avançam
-
United vence Lyon e pega Athletic nas semis da Liga Europa; Tottenham e Bodö/Glimt avançam
-
Filho de policial mata duas pessoas em ataque a tiros em universidade da Flórida
-
Netflix obtém lucro de US$ 2,9 bilhões no 1T e supera expectativas
-
Senador dos EUA é impedido de visitar migrante detido em megaprisão de El Salvador
-
Manchester United vence Lyon na prorrogação e pega Athletic Bilbao nas semis da Liga Europa
-
Bombardeios israelenses deixam 40 mortos, Hamas rejeita proposta de trégua
-
Athletic Bilbao elimina Glasgow Rangers e vai às semifinais da Liga Europa
-
EUA, Ucrânia e países europeus mantêm reunião inédita sobre trégua entre Kiev e Moscou
-
Trump está "100%" seguro de que alcançará acordo sobre tarifas com UE
-
Andreeva é eliminada nas oitavas em Stuttgart; Gauff vai enfrentar Paolini
-
Após renovar com Salah, Liverpool garante permanência de Van Dijk até 2027
-
Zhejiang FC, da China, joga horas depois da morte de seu atacante gabonês Boupendza
-
Insegurança alimentar afeta mais de um milhão de crianças no Haiti, diz Unicef
-
Ataque a tiros em universidade da Flórida deixa 6 feridos
-
Cerúndolo avança às quartas de final em Munique; Navone é eliminado
-
Fernando Alonso no se vê como piloto de F1 aos 50 anos
-
Meloni e Trump esperançosos sobre possível acordo tarifário entre EUA e UE
-
Roland Garros vai manter juízes de linha na edição de 2025
-
Nadador tunisiano Hafnaoui, ouro olímpico em 2021, é suspenso por 21 meses
-
Paulo Autuori é o novo técnico do peruano Sporting Cristal
-
Justiça dos EUA afirma que Google monopolizou a publicidade na internet
-
Alcaraz vence Djere e vai às quartas de final do ATP 500 de Barcelona
-
Trump ataca presidente do Fed e diz que ele é 'muito lento' para reduzir as taxas de juros
-
Papa Francisco visita prisão de Roma na Quinta-Feira Santa
-
Meloni se reúne com Trump para buscar acordo tarifário entre UE e EUA
-
FMI não espera uma recessão este ano, apesar das tarifas
-
BCE reduz taxa de juros para estimular economia
-
Jonathan Anderson é nomeado diretor artístico das coleções masculinas da Dior
-
Irmãos Menéndez enfrentam nova audiência para tentar mudar sua sentença nos EUA
-
Ataques israelenses contra campos de deslocados em Gaza deixam 40 mortos
-
Imagem de menino palestino amputado ganha o World Press Photo
-
Tempo se esgota para alcançar acordo sobre programa nuclear do Irã, alerta AIEA
-
Cenário que favorece aprovação do acordo UE-Mercosul deixa França sob pressão
-
Ucrânia: Rubio tem reuniões em Paris; Zelensky pede 'pressão' contra Moscou
-
Ataques israelenses contra campos de deslocados em Gaza deixam quase 40 mortos
-
Ataqus israelenses contra campos de deslocados em Gaza deixam quase 40 mortos
-
Presidente da China visita Camboja, última etapa da viagem pelo sudeste asiático
-
Diretor da AIEA prossegue visita ao Irã após advertência sobre arma nuclear
-
Ex-primeira-dama do Peru chega ao Brasil após condenação por lavagem de dinheiro

No Marrocos, onde o aborto é ilegal, cresce o comércio online de pílulas abortivas
Angustiada diante da ideia de ter outro filho, Asmaa explorou todas as vias para abortar, mas no Marrocos o aborto é ilegal e tabu, e acabou buscando ajuda nas redes sociais, onde o tráfico de pílulas abortivas se faz muito presente.
Com mensagens como "preços assessíveis", "Mercadoria europeia, eficácia garantida", "Gravidez vergonhosa, corrija seu erro", usuários anônimos oferecem no Facebook pílulas que contêm misoprostol, uma substância que provoca as contrações uterinas e a expulsão do embrião.
Esses medicamentos, Artotec e Cytotec, utilizados para tratar reumatismo e úlceras, tiveram sua venda proibida no Marrocos em 2018 - assim como na França - por seu uso sem receituário médico para as interrupções voluntárias de gravidez.
A lei marroquina autoriza o aborto apenas em caso de risco para a saúde da mulher. Se não for o caso, enfrenta entre seis meses e dois anos de prisão por um aborto.
A pessoa que a ajuda pode ser condenada a entre um e cinco anos de prisão, e a até o dobro se a paciente morrer.
Apesar da proibição, as pílulas abortivas continuam circulando no Marrocos, onde são importadas ou roubadas dos hospitais para depois serem vendidas até dez vezes mais caras do que seu preço original nos países onde são vendidos sem receita.
Em abril, três pessoas, incluindo um enfermeiro, foram presas em Kenitra, ao norte de Rabat, por suposto tráfico de medicamentos e aborto ilegal, segundo a imprensa local.
De acordo com a Associação Marroquina de Luta contra o Aborto Clandestino (Amlac), todos os dias são realizados entre 600 e 800 abortos clandestinos.
A Asmaa, engenheira de 37 anos, recomendaram procurar no Facebook, onde, segundo sua ginecologista, outras mulheres encontraram pílulas.
"Desconfiava um pouco", contou à AFP Asmaa, que preferiu não revelar seu sobrenome dada à sensibilidade do tema.
“Há muitos golpes, nenhum acompanhamento médico e você não sabe o que fazer”, acrescentou.
- Prisão -
No marketplace do Facebook, os vendedores pedem entre 1.500 e 2.000 dirhams por embalagens de comprimidos, sem especificar a dosagem ou perguntar sobre o número de semanas de gravidez.
Uma vez que se realiza o pedido, a entrega é feita pessoalmente ou por envio postal depois do pagamento de um sinal, sem a garantia de recebimento do medicamento correto.
“Senti que eles não tinham certeza do que estavam dizendo”, disse Imane, uma dona de casa de 29 anos, que preferiu não revelar seu sobrenome.
A jovem cautelosa preferiu ir ao ginecologista, que a encaminhou a um médico que faz aborto cirúrgico por 20.000 dirhams e a uma parteira que vende pílulas por 5.000 dirhams, uma fortuna para essa moradora de Casablanca.
Assim como Asmaa, ela finalmente decidiu recorrer ao Movimento Alternativo para as Liberdades Individuais, que fornece pílulas abortivas, obtidas no exterior, gratuitamente.
“As mulheres que entram em contato conosco são de todas as classes sociais, de todas as idades e de todas as nacionalidades”, enfatiza sua coordenadora, Ibtissame Betty Lachgar, uma psicóloga clínica.
Lachgar explica a dosagem para a paciente e fica à disposição depois que elas tomam a medicação.
Desde 2012, ela ajudou entre 1.500 e 2.000 mulheres e recebe solicitações diárias, disse ela.
“Estou pronta para ir para a cadeia por minhas ideias e minhas ações, porque atuo pelos direitos das mulheres contra sua opressão pelo sistema patriarcal”, disse a psicóloga, que foi treinada pela organização holandesa “Women on waves”, que envia pílulas abortivas para todo o mundo.
- "Por que estão decidindo por mim" -
Na semana passada, a Anistia Internacional pediu a descriminalização do aborto, dizendo que “o Estado marroquino está violando suas obrigações”.
“Nenhum Estado deve ditar as decisões sobre a gravidez e privar as mulheres de serviços essenciais de saúde sexual e reprodutiva aos quais elas têm direito de acordo com o direito internacional”, disse a organização.
Contatadas pela AFP, as autoridades não comentaram até o momento, nem indicaram como o tráfico de pílulas abortivas na internet é monitorado.
Em 2016, um projeto de lei para permitir o aborto em casos de estupro ou incesto foi bloqueado devido a uma polêmica.
“A sociedade é muito conservadora, há um retorno da religião e uma falta de vontade política”, disse o presidente da Amlac, o ginecologista Chafik Chraibi.
Asmaa viajou 700 km de ida e volta para obter as pílulas porque não se sente “nem física nem mentalmente pronta para ter um segundo filho”.
“E não entendo por que estão decidindo por mim”, concluiu ela.
A.Magalhes--PC