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Últimas horas de negociação para acordo de prevenção de pandemias
As negociações prolongadas para alcançar um consenso histórico entre os 194 países da Organização Mundial da Saúde (OMS) para prevenir e lutar contra futuras pandemias entraram na reta final nesta sexta-feira (10) na cidade suíça de Genebra, sem qualquer garantia de um acordo.
A sexta-feira 10 de maio é a data limite para um acordo que estabeleça um marco sobre a prevenção de novas pandemias que especifique critérios de prevenção e resposta, após dois anos de discussões, com a recordação das milhões de mortes e dos imensos prejuízos econômicos da pandemia de covid-19.
Mas esta memória dolorosa começa a ser esquecida e abre espaço para profundas divergências, ainda não solucionadas, sobre o que significa prevenir e combater pandemias.
Apesar das dificuldades, o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, está confiante em ter um acordo pronto para a aprovação formal na reunião anual que acontecerá entre 27 de maio e 1º de junho em Genebra.
Os negociadores anunciaram 15 dias adicionais para tentar alcançar um acordo e trabalham no texto desde 29 de abril, na sede da OMS.
As ONGs que acompanham as negociações temem que a vontade de exibir resultados acabe superando a necessidade de obter um acordo que implique progressos reais.
Embora um consenso sobre todos os artigos do projeto seja considerado improvável, os países investiram muito tempo no processo e querem apresentar algo concreto.
O projeto de texto propõe dar acesso à OMS em tempo real a 20% da produção de produtos necessários em caso de pandemia, como as vacinas.
Alguns países propõem que seja de pelo menos 20% e os países ocidentais, que normalmente são os produtores destes produtos, querem estabelecer o limite em 20% e não mais.
Para chegar a um consenso, os países estão debatendo os 37 artigos do projeto de maneira alternada e os negociadores dos países estão divididos em grupos de trabalho.
Pedro Villardi, coordenador de equidade da Federação Internacional de Serviços Públicos (PSI), que reúne sindicatos de trabalhadores, destacou que os profissionais de saúde na linha da frente devem ser devidamente protegidos por este acordo.
Ele também considera "escandaloso" que seja tão difícil incluir uma referência à saúde mental dos trabalhadores da saúde.
Os principais pontos de discórdia incluem o acesso aos agentes patogênicos detectados e aos produtos para lutar contra uma pandemia, como as vacinas, e uma distribuição equitativa de testes, tratamentos e vacinas, além dos meios para produção dos materiais.
L.Mesquita--PC