Portugal Colonial - Medicamentos populares para perda de peso aumentam risco de paralisa estomacal

Medicamentos populares para perda de peso aumentam risco de paralisa estomacal
Medicamentos populares para perda de peso aumentam risco de paralisa estomacal / foto: JOEL SAGET - AFP/Arquivos

Medicamentos populares para perda de peso aumentam risco de paralisa estomacal

Medicamentos como o Ozempic, cada vez mais populares para perda de peso, aumentam o risco de certos problemas gastrointestinais graves, incluindo paralisia estomacal, de acordo com um amplo estudo publicado nesta quinta-feira (5).

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O trabalho, publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA), uma das principais revistas médicas do mundo, analisou uma classe de medicamentos chamados agonistas do GLP-1, que inclui as marcas Wegovy, Ozempic, Rybelsus e Saxenda.

A taxa de efeitos colaterais graves foi comparada com outra classe de medicamentos para perda de peso, a bupropiona-naltrexona.

Os agonistas do GLP-1 foram associados a um risco quatro vezes maior de paralisia gástrica, nove vezes maior de pancreatite e quatro vezes maior de obstrução intestinal.

Essas condições podem levar à hospitalização e à necessidade de cirurgia, dependendo da gravidade.

"Dado o amplo uso desses medicamentos, esses efeitos adversos, embora raros, devem ser considerados pelos pacientes que estão pensando em usá-los para perder peso", disse em comunicado Mohit Sodhi, autor principal e estudante de medicina na Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá.

"O cálculo do risco variará dependendo se o paciente está usando esses medicamentos para diabetes, obesidade ou apenas perda de peso em geral", acrescentou. "Pessoas que, de outra forma, estão saudáveis podem estar menos dispostas a aceitar esses efeitos adversos potencialmente graves".

Os agonistas do GLP-1, desenvolvidos inicialmente para lidar com diabetes tipo 2, ganharam popularidade nos últimos anos como um meio de perder peso, especialmente com uso fora das indicações.

Saxenda e Wegovy foram aprovados para perda de peso em 2020 e 2021, mas os ensaios clínicos usados para autorizá-los envolveram um número muito pequeno de pessoas e um curto período de acompanhamento para detectar eventos muito raros, disseram os pesquisadores.

O estudo recente foi o primeiro a examinar o assunto em uma escala maior, disse a epidemiologista e coautora Mahyar Etminan.

A análise incluiu pacientes com histórico recente de obesidade, mas excluiu aqueles com diabetes ou aqueles a quem foi prescrita outra droga antidiabética. Pouco mais de 5.400 registros foram incluídos na análise final.

"Os resultados deste estudo destacam a importância de os pacientes acessarem esses medicamentos apenas por meio de profissionais médicos de confiança e apenas com apoio e acompanhamento contínuos", afirmou Simon Cork, professor da Universidade Anglia Ruskin, que não participou da pesquisa.

L.E.Campos--PC