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Irã diz estar aberto a negociações indiretas com EUA sobre programa nuclear
O Irã afirmou, nesta segunda-feira (24), que está aberto a conversas indiretas com os Estados Unidos sobre seu programa nuclear, depois que o presidente americano, Donald Trump, exigiu negociações.
"O caminho está aberto para negociações indiretas", disse o ministro das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, embora tenha descartado conversas diretas "até que haja uma mudança no enfoque da outra parte em relação à República Islâmica".
Segundo ele, não haverá negociações diretas enquanto Trump mantiver sua política de "pressão máxima".
Em 2018, durante seu primeiro mandato na Casa Branca, Trump retirou os Estados Unidos de um acordo histórico sobre o programa nuclear iraniano e voltou a impor sanções ao país.
O acordo, selado em 2015 entre Teerã e as potências ocidentais, obrigava o Irã a limitar seu programa nuclear em troca de um alívio nas sanções econômicas.
Em represália à retirada americana e ao retorno das sanções americanas, o Irã, que segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) respeitava seus compromissos, se distanciou do acordo.
Os países ocidentais, incluindo os Estados Unidos, acusam o Irã de tentar fabricar armas nucleares, o que Teerã nega, assegurando que suas atividades de enriquecimento de urânio têm fins pacíficos.
O Irã é o único país não dotado de armas nucleares que enriquece urânio a um nível elevado (60%), ao mesmo tempo em que segue acumulando importantes reservas de material físsil, segundo a AIEA.
O nível de 90% torna possível a fabricação de uma arma atômica, segundo o escritório da ONU encarregado do tema nuclear. O acordo de 2015 limitava essa taxa a 3,67%.
Um mês e meio depois de voltar à Casa Branca, Trump declarou em 7 de março que escreveu ao Irã para propor negociações, segundo ele, para prevenir a fabricação de armas nucleares pelo país, sugerindo a possibilidade de uma intervenção militar.
Na sexta-feira, o aiatolá Ali Khamenei, guia supremo do Irã, declarou que as ameaças dos Estados Unidos "não os levarão a nenhum lugar" e alertou sobre medidas recíprocas "se afetarem a nação iraniana".
A.Magalhes--PC