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Comandantes militares de 30 países se reúnem no Reino Unido para falar sobre a situação da Ucrânia
Os comandantes do Estado-Maior de quase 30 países dispostos a garantir a segurança da Ucrânia se reúnem nesta quinta-feira (20) no Reino Unido para falar sobre um eventual plano de manutenção da paz, caso uma trégua seja estabelecida como a Rússia.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, que trabalha junto ao presidente francês, Emmanuel Macron, para formar uma "coalizão de países voluntários", discursará para os comandantes militares durante a reunião.
O líder trabalhista afirmou no sábado, durante uma cúpula virtual de quase 30 governantes, que a reunião desta quinta-feira será dedicada à "fase operacional" de seu plano de manutenção da paz em caso de cessar-fogo.
A reunião acontece após o presidente russo, Vladimir Putin, condicionar uma trégua ao fim da ajuda militar ocidental à Ucrânia.
A Rússia também rejeitou a ideia de uma presença de tropas estrangeiras na Ucrânia como parte de um acordo.
Starmer e Macron tentam formar a coalizão desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, iniciou conversações com a Rússia no mês passado - sem incluir os parceiros europeus - em uma tentativa de acabar com três anos de guerra.
Os governantes do Reino Unido e da França querem estabelecer garantias de segurança com apoio americano para dissuadir Putin de violar qualquer possível cessar-fogo.
- Centrais nucleares -
Durante uma conversa telefônica com seu homólogo americano na terça-feira, o presidente russo concordou em interromper os ataques à infraestrutura de energia na Ucrânia por 30 dias, mas não se comprometeu com um cessar-fogo completo.
Putin exigiu o fim da "rearmamento" da Ucrânia e a interrupção da ajuda ocidental ao governo de Volodimir Zelensky.
Trump conversou com Zelensky por telefone na quarta-feira e propôs que os Estados Unidos assumam o controle das centrais nucleares na Ucrânia, afirmando que seria a "melhor proteção e apoio possível".
O presidente ucraniano informou na rede social X que, durante a conversa, abordaram "uma central, que está sob ocupação russa", ou seja, a de Zaporizhzhia, no sudeste do país.
Washington, ao menos aparentemente, suavizou o tom em comparação com a hostilidade aberta com a qual Zelensky foi recebido no fim de fevereiro por Trump na Casa Branca.
Apesar das conversas, Ucrânia e Rússia trocaram acusações na quarta-feira sobre a recusa do outro lado a encerrar o conflito.
- Mais de 170 drones -
Rússia e Ucrânia intensificaram os ataques aéreos, apesar das pressões de Trump para que alcancem um acordo de cessar-fogo mais de três anos após o início do conflito.
Nesta quinta-feira, duas pessoas morreram em bombardeios noturnos russos no leste da Ucrânia, onde um ataque com mais de 170 drones deixou 10 feridos e provocou incêndios a centenas de quilômetros da frente de batalha.
Starmer e Macron mantêm o plano de enviar tropas à Ucrânia como parte de uma força de manutenção da paz em caso de trégua.
Segundo o governo britânico, um "número significativo" de países está disposto a fazer o mesmo, mas não foram divulgados números concretos.
O Reino Unido afirma que mais de 30 países estão dispostos a contribuir com a "coalizão de voluntários" de alguma forma.
A participação poderia implicar que alguns países forneçam apoio logístico e técnico a uma futura força de manutenção da paz ou até mesmo que recebam militares em seu território.
A.Seabra--PC