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Trump propõe que EUA assuma controle de usinas nucleares ucranianas

Trump propõe que EUA assuma controle de usinas nucleares ucranianas
O presidente Donald Trump falou por telefone nesta quarta-feira (19) com seu colega ucraniano, Volodimir Zelensky, e propôs que os Estados Unidos assumam o controle das centrais elétricas ucranianas porque isso seria a "melhor proteção e apoio possível".
O chefe de Estado ucraniano mostrou-se disposto a suspender os ataques a infraestruturas civis e energéticas na Rússia, depois que o presidente russo Vladimir Putin se comprometeu, na terça-feira, a preservar temporariamente o setor energético em uma conversa telefônica com Trump.
"Um dos primeiros passos para o fim da guerra poderia ser suspender os ataques contra as infraestruturas energéticas e outras infraestruturas civis", disse o dirigente ucraniano na rede X.
Zelensky detalhou que, na conversa, só se falou de "uma central, que está sob ocupação russa", ou seja, a usina nuclear de Zaporizhzhia, no sudeste.
Por parte de Washington, pelo menos aparentemente, o tom foi claramente suavizado em comparação com a hostilidade aberta com que o presidente ucraniano foi recebido recentemente por Trump na Casa Branca.
"Hoje não senti nenhuma pressão. Isso é um fato", declarou Zelensky aos jornalistas. Em mensagem na rede X, ele classificou a conversa de "positiva, bastante substancial e franca".
Um comunicado oficial americano insiste em que Zelensky, acusado de ingratidão por alguns funcionários, "agradeceu" a Trump várias vezes por seu trabalho.
"Acabo de ter uma conversa muito boa com o presidente da Ucrânia [...] Grande parte dela se baseou na conversa de ontem com o presidente Vladimir Putin para alinhar as demandas e necessidades da Rússia e da Ucrânia. Está tudo muito bem encaminhado", escreveu Trump em sua plataforma Truth Social.
O telefonema aconteceu pouco depois de Rússia e Ucrânia anunciarem que haviam feito uma troca envolvendo 175 prisioneiros de guerra de cada lado.
- Defesa antiaérea -
"O presidente Zelensky pediu sistemas de defesa antiaérea [...] e o presidente Trump concordou em trabalhar com ele para ver o que estava disponível, especialmente na Europa", disse a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, em coletiva de imprensa.
Leavitt mencionou os sistemas Patriot e acrescentou que "a troca de inteligência militar para a defesa da Ucrânia" vai "continuar".
Os Estados Unidos haviam suspendido temporariamente a ajuda militar e a troca de informação, até que Kiev aceitasse sua proposta de cessar-fogo total de 30 dias. A Ucrânia cedeu, mas Trump foi incapaz de convencer Putin.
O republicano sugeriu nesta quarta que os Estados Unidos assumissem o controle das centrais nucleares e elétricas da Ucrânia, alegando que isso "seria a melhor proteção e o melhor apoio à infraestrutura energética ucraniana".
Ele não deu detalhes sobre essa nova proposta surpreendente, mas que está em sintonia com sua ideia de abordar os temas diplomáticos como se fossem transações comerciais.
Trump também prometeu agir para repatriar crianças ucranianas "sequestradas" desde o começo da invasão russa, em fevereiro de 2022.
- Arábia Saudita -
Não se sabe o que vai acontecer no futuro com a ajuda ocidental à Ucrânia. Putin reivindica sua suspensão. Tampouco se sabe se haverá ou não a eventual "distribuição" territorial recentemente mencionada pelo presidente americano.
As negociações vão continuar na Arábia Saudita nos próximos dias, entre americanos e russos, de um lado, e americanos e ucranianos, do outro.
O objetivo é alcançar uma trégua no Mar Negro, seguida de um cessar-fogo total e, posteriormente, negociações de paz.
No terreno, os enfrentamentos continuam.
Segundo o Ministério da Defesa russo, um ataque ucraniano "deliberado" atingiu durante a noite um depósito de petróleo no oblast (região administrativa) de Krasnodar, no sul do país.
A Ucrânia, por sua vez, contabilizou durante a noite seis mísseis e 145 drones de combate russos.
Um homem morreu e três pessoas ficaram feridas em outro ataque, contra um edifício residencial no oblast ucraniano de Sumy. Além disso, um bombardeio matou um civil em Kherson (sul) na manhã de hoje, segundo autoridades locais.
F.Moura--PC