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UE apresenta seu ambicioso plano de defesa
A União Europeia apresentou nesta quarta-feira (19) um plano para ajudar os países do bloco com investimentos substanciais para fortalecer suas capacidades de defesa, em um "momento crucial" para a segurança da região.
A continuidade da guerra entre a Rússia e a Ucrânia e a potencial perda da proteção oferecida pelos Estados Unidos levaram a UE a elaborar um plano para mobilizar investimentos em defesa.
"Este é um momento crucial para a segurança europeia. É um momento crítico para ação", disse a chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas.
A Comissão Europeia, braço executivo da UE, estima que o plano pode mobilizar até 800 bilhões de euros (4,97 trilhões de reais), possivelmente já no mês que vem.
O plano inclui a possibilidade de flexibilizar as rígidas regras orçamentárias da UE para que os países possam gastar acima do permitido.
Em seu Livro Branco, a UE instou os países do bloco a iniciarem o processo já em abril.
O plano também sugere que uma iniciativa para fornecer aos Estados-membros até 150 bilhões de euros (931 bilhões de reais) em empréstimos garantidos pelo orçamento central da UE deve ser aprovada "com urgência".
No entanto, o documento não recomendou um programa de empréstimos conjuntos mais amplo, apesar de vários países dizerem que o bloco precisa do mesmo aporte que projetou para enfrentar a pandemia do coronavírus.
"No momento" a ideia não está na proposta, disse Kallas. "No entanto, é uma ideia completamente descartada? Acho que não", acrescentou.
- "Podemos fazer mais" -
Os líderes dos países da UE iniciarão uma cúpula em Bruxelas na quinta-feira — a terceira em seis semanas — para discutir a segurança na Europa.
Nesta quarta-feira, o comissário de Defesa da UE, Andrius Kubilius, observou que "450 milhões de cidadãos da UE não deveriam ter que depender de 340 milhões de americanos para se defender de 140 milhões de russos que não podem derrotar 38 milhões de ucranianos".
"Realmente, podemos fazer mais. Chegou a hora de assumirmos a responsabilidade pela defesa da Europa", observou.
O plano elaborado em Bruxelas é apenas uma parte dos esforços lançados por vários governos após confrontarem a realidade de que o continente não pode mais contar com a proteção americana.
A Polônia e os países bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia) já aumentaram seus gastos além do limite definido pela Otan de 2% de seus respectivos PIBs.
Na Alemanha, o legislativo aprovou na terça-feira um colossal plano de gastos para defesa e infraestrutura. O rearmamento da Alemanha constitui uma mudança sísmica na tradição de segurança da Europa.
Um diplomata da UE disse que o Livro Branco captou a "urgência" do desafio enfrentado pelo bloco, mas não foi longe o suficiente para aumentar o financiamento.
Uma parte central das propostas da UE se concentra não apenas em equipar suas forças para enfrentar a ameaça da Rússia, mas também em garantir que os investimentos fortaleçam a indústria de defesa europeia.
A.Santos--PC