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Presidente sírio viaja à Arábia Saudita em sua primeira visita ao exterior
O presidente interino da Síria, Ahmed al Sharaa, desembarcou neste domingo (2) na Arábia Saudita, em sua primeira visita ao exterior desde que derrubou, em dezembro, o regime de Bashar al-Assad, à frente de uma coalizão de grupos armados.
Acompanhado por seu ministro das Relações Exteriores, Asaad al Shaibani, o presidente foi recebido por autoridades sauditas no aeroporto.
A imprensa síria informou que Al Sharaa se reunirá com o príncipe herdeiro e governante de fato do país rico em petróleo, Mohamed bin Salman, mas não revelou a data.
Al Sharaa foi nomeado na quarta-feira passada como presidente interino da Síria, em uma reunião a portas fechadas do "comando geral de operações militares", sua coalizão de grupos armados islamistas que derrubou Assad em 8 de dezembro.
A Arábia Saudita, peso pesado do mundo árabe e potência sunita, felicitou na quinta-feira Al Sharaa por sua nomeação e desejou "sucesso".
As novas autoridades sírias esperam contar com as ricas nações do Golfo para financiar a reconstrução do país, devastado pela guerra, e para estimular sua economia.
No final de dezembro, Al Sharaa afirmou em uma entrevista ao canal saudita Al Arabiya que o reino "certamente terá um papel importante" no futuro da Síria, destacando uma "grande oportunidade de investimento".
Ele recordou que nasceu na Arábia Saudita, onde seu pai trabalhava, e que morou no paós até os sete anos.
- "Papel crucial" -
Rabha Seif Allam, pesquisadora do 'Al-Ahram Center for Political and Strategic Studies' com sede no Cairo, destaca que Riad está "desempenhando um papel crucial na reintegração da nova Síria no mundo árabe e no cenário internacional".
Ela explica que a Arábia Saudita, maior economia do mundo árabe, seria "diretamente beneficiada" por uma estabilização na Síria.
"O Irã está excluído do cenário sírio agora, o que enfraquece sua influência regional, e o tráfico de drogas da Síria para os países do Golfo, um fator desestabilizador, é coisa do passado", disse.
Embora a Arábia Saudita e o Irã tenham encerrado um período de sete anos de frieza diplomática em 2023, as duas potências regionais continuam afastadas em várias questões geopolíticas, incluindo a guerra civil síria, na qual apoiaram lados opostos.
A Síria também pressiona para obter o fim das sanções internacionais que abalam sua economia.
As sanções começaram em 1979, quando o governo dos Estados Unidos classificou a Síria como "Estado patrocinador do terrorismo", mas Washington e outras potências ocidentais intensificaram consideravelmente as medidas após a repressão violenta de Assad aos protestos pró-democracia em 2011, cenário que provocou a guerra civil.
O chefe da diplomacia saudita visitou Damasco no mês passado e prometeu ajudar a Síria a obter o fim das sanções.
Durante a visita, o príncipe Faisal bin Farhan afirmou que Riad está comprometido com um "diálogo ativo com todos os países relevantes".
As novas autoridades sírias receberam várias visitas diplomáticas desde que Assad foi deposto.
Na quinta-feira, Damasco recebeu o emir do Catar, Tamim bin Hamad al Thani, que destacou a "necessidade urgente de formar um governo que represente todos os componentes" da sociedade síria, para "consolidar a estabilidade" e avançar na reconstrução do país.
P.Sousa--PC