Portugal Colonial - Líderes europeus condenam intervenções de Musk em questões internas de outros países

Líderes europeus condenam intervenções de Musk em questões internas de outros países

Líderes europeus condenam intervenções de Musk em questões internas de outros países

Dirigentes europeus, entre eles o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e o presidente francês, Emmanuel Macron, juntaram-se, nesta segunda-feira (6), às críticas de sábado do chanceler alemão, Olaf Scholz, contra Elon Musk, após as declarações do bilionário americano sobre questões de política interna de outros países.

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O trabalhista Starmer, uma das vítimas favoritas do magnata, denunciou que "aqueles que espalham mentiras e desinformação não estão interessados nas vítimas, mas em si próprios", depois de Musk ter mencionado, na quinta-feira no X, um caso de exploração sexual de mais de 1.500 meninas na Inglaterra entre 1997 e 2013, no qual as autoridades foram culpadas por não terem tomado medidas.

"No Reino Unido, crimes graves como o estupro exigem a aprovação do Ministério Público antes que a polícia possa acusar os suspeitos. Quem estava no comando do CPS (a Procuradoria-Geral do Estado) quando as gangues de estupradores foram autorizadas a explorar meninas sem enfrentar a justiça? Keir Starmer", escreveu o bilionário americano.

Emmanuel Macron acusou Musk, o homem mais rico do mundo, proprietário da rede social X e aliado-chave do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, de apoiar uma "nova internacional reacionária" e de interferir nas eleições, particularmente na Alemanha.

- "Linha cruzada" -

 

Em resposta a inúmeras perguntas da mídia sobre o assunto, Starmer insistiu em não querer destacar Musk, cujo nome não mencionou, mas disse que "uma linha foi cruzada" com algumas das críticas, denunciando o "veneno da extrema direita" sobre este assunto.

Musk voltou à briga nesta segunda-feira, ao afirmar no X que o líder trabalhista "ignorou repetidamente as súplicas de um grande número de meninas e de seus pais, a fim de garantir a si mesmo apoio político. Starmer é absolutamente desprezível".

Nas mensagens de quinta-feira, Musk também exigiu a libertação do agitador britânico de extrema direita Tommy Robinson, recentemente condenado a 18 anos de prisão por violar uma decisão judicial que o proibia de repetir comentários difamatórios sobre um refugiado sírio.

O presidente francês, Emmanuel Macron, em um discurso aos embaixadores do seu país, referiu-se ao apoio do magnata ao partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD).

"Há dez anos, se nos tivessem dito que o dono de uma das maiores redes sociais do mundo apoiaria uma nova internacional reacionária e interviria diretamente nas eleições, inclusive na Alemanha, quem o teria imaginado?", questionou.

- Noruega expressa preocupação -

Por último, o primeiro-ministro da Noruega, Jonas Gahr Støre, também expressou preocupação nesta segunda-feira e disse à rádio pública NRK que estava "preocupado que um homem com um acesso considerável às redes sociais e recursos econômicos significativos esteja envolvido tão diretamente nos assuntos internos de outros países".

Todos eles se uniram ao chanceler alemão, Olaf Scholz, que condenou as "declarações erráticas" de Musk, assim como o seu apoio à AfD, em uma entrevista à revista Stern publicada no sábado, um mês e meio antes das eleições parlamentares antecipadas, previstas para 23 de fevereiro.

Scholz defendeu manter a calma face às declarações de Musk que, citado pela revista Stern, o chamou de "louco" no início de novembro e depois de "imbecil incompetente" em 20 de dezembro.

Todas estas críticas contrastam com as declarações da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, do partido conservador Irmãos da Itália, que na sexta-feira descreveu Musk como um "gênio" e um "inovador extraordinário" em uma entrevista ao Corriere della Sera.

Desde que se envolveu politicamente com Donald Trump e desempenhou um papel de liderança na sua campanha, Musk multiplicou o seu apoio aos representantes da extrema direita em outros países.

As suas intervenções colocaram alguns líderes europeus em uma situação delicada, poucos dias antes do retorno à Casa Branca de Trump, que confiou a Musk a missão de reduzir os gastos públicos.

P.Cavaco--PC