Portugal Colonial - Mais de 30 mortos em Gaza após retomada das negociações de trégua

Mais de 30 mortos em Gaza após retomada das negociações de trégua
Mais de 30 mortos em Gaza após retomada das negociações de trégua / foto: Omar AL-QATTAA - AFP

Mais de 30 mortos em Gaza após retomada das negociações de trégua

Mais de 30 pessoas foram mortas em bombardeios israelenses em Gaza neste sábado (4), anunciou a Defesa Civil do território palestino, um dia depois que o Hamas anunciou a retomada de negociações indiretas com Israel para uma trégua após quase 15 meses de guerra.

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O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, ameaçou na quarta-feira intensificar os ataques na Faixa de Gaza se o movimento islamista palestino Hamas continuar atacando Israel.

Desde então, vários ataques com foguetes foram lançados no território palestino e Israel continuou suas incursões, apesar do anúncio do Hamas na sexta-feira sobre a retomada das negociações indiretas de cessar-fogo em Doha.

De acordo com os socorristas palestinos, pelo menos 31 pessoas foram mortas em vários bombardeios israelenses no território neste sábado.

Um deles destruiu completamente a casa da família Al Gul na Cidade de Gaza, deixando 11 mortos, incluindo sete crianças e uma mulher, disse a mesma fonte.

Imagens da AFP registradas no bairro de Shejaiya, no leste da cidade, mostraram vizinhos remexendo em escombros fumegantes e cadáveres enfileirados no chão, cobertos por lençóis brancos.

Contatado pela AFP, o Exército israelense não respondeu até o momento.

A Defesa Civil também anunciou que cinco agentes de segurança que acompanhavam comboios de ajuda humanitária foram mortos em bombardeios israelenses quando seu carro estava a caminho de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza.

O porta-voz da agência, Mahmud Basal, acusou o Exército israelense de “deliberadamente” alvejá-los a fim de “prejudicar a cadeia humanitária e aumentar o sofrimento” da população.

Outras 15 pessoas foram mortas em bombardeios no norte, centro e sul do território sitiado, afirmaram socorristas.

Poucos dias antes da posse do republicano Donald Trump, o governo americano de Joe Biden aprovou uma venda de armas para Israel por cerca de 8 bilhões de dólares (valor em 49,2 bilhões de reais na cotação atual), anunciou o Departamento de Estado. Os Estados Unidos são o principal aliado de Israel.

- Negociações no Catar -

Foi nesse contexto que as negociações indiretas foram retomadas na sexta-feira em Doha entre o Hamas e Israel, de acordo com o movimento islamista.

O Hamas disse que as discussões se concentrariam em “garantir um acordo que leve a um cessar total das hostilidades” e à retirada das tropas israelenses de Gaza.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, autorizou na quinta-feira os negociadores israelenses a continuar as conversas sobre um acordo para libertar os reféns mantidos em Gaza.

Apesar dos intensos esforços diplomáticos, nenhum cessar-fogo foi alcançado desde a trégua de uma semana no final de novembro de 2023, durante a qual reféns foram libertados em troca de prisioneiros palestinos mantidos em Israel.

Tanto este Estado quanto o grupo islamista acusaram-se mutuamente de bloquear as últimas negociações em Doha, em dezembro, organizadas por Catar, Estados Unidos e Egito.

O conflito em Gaza começou após o ataque do grupo islamista em 7 de outubro de 2023 no sul de Israel, que matou 1.208 pessoas, a maioria civis, de acordo com uma contagem baseada em dados oficiais.

Durante o ataque, os milicianos islamistas também sequestraram 251 pessoas, das quais 96 ainda estão presas em Gaza. Destas, pelo menos 34 foram mortas, de acordo com o Exército israelense.

A campanha de retaliação israelense em Gaza matou mais de 45.600 palestinos, principalmente civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde do território governado pelo Hamas, que a ONU considera confiáveis.

H.Portela--PC