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Motorista atropela multidão em Nova Orleans e deixa 10 mortos e 35 feridos
Um homem "desesperado para provocar um massacre" dirigiu uma caminhonete a toda velocidade contra uma multidão que comemorava o Ano Novo em Nova Orleans nesta quarta-feira (1º) e deixou pelo menos 10 mortos e 35 feridos, antes de ser morto pela polícia.
A polícia disse que o incidente ocorreu por volta das 3h15, horário local (6h15 no horário de Brasília), no coração do famoso French Quarter desta cidade dos Estados Unidos, que estava lotada de pessoas comemorando a chegada de 2025.
"Este homem, o perpetrador, atirou em nossos policiais quando bateu. Dois policiais foram baleados. Eles estão estáveis", afirmou a superintendente da polícia Anne Kirkpatrick em entrevista coletiva, garantindo que o agressor "tentou atropelar a maior quantidade de pessoas possível".
O FBI, que assumiu o comando operacional das investigações, confirmou a identidade do agressor, já divulgada pela imprensa, como o ex-militar americano Shamsud-Din Jabbar.
Os investigadores consideram a possibilidade de que Jabbar, de 42 anos e natural do Texas, não tenha agido sozinho. "Não acreditamos que Jabbar tenha sido o único responsável", disse a agente especial do FBI Alethea Duncan, acrescentando que foram encontradas duas bombas caseiras na cidade, que já foram neutralizadas.
Jabbar carregava uma bandeira do grupo Estado Islâmico (EI), indicou em um comunicado o FBI, que está tentando "determinar os possíveis vínculos do indivíduo com organizações terroristas".
O veículo utilizado foi uma caminhonete elétrica Ford F150 branca, observou um correspondente da AFP no local.
O ataque ocorreu apenas dez dias depois de outro semelhante na cidade de Magdeburgo, na Alemanha, no qual cinco pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas.
- Reações de Biden e Trump -
O presidente Joe Biden reagiu advertindo que "não tolerará" ataques contra o povo americano.
"Não há justificativa para a violência de nenhum tipo e não toleraremos nenhum ataque contra nenhuma das comunidades de nossa nação", afirmou em um comunicado o chefe de Estado em fim de mandato.
Seu sucessor na Casa Branca, o republicano Donald Trump, por sua vez, relacionou o incidente à imigração irregular.
"Eu disse que os criminosos que estão chegando são muito piores do que os que temos no país (...) e acabou sendo verdade", escreveu nas redes sociais, antes da divulgação da identidade do agressor.
Adicionalmente, Trump afirmou que a taxa de criminalidade no país "está em um nível nunca visto", embora, de acordo com o FBI, os crimes violentos tenham diminuído drasticamente.
Nas primeiras horas do ano, a área fervilhava de gente comemorando no French Quarter, bairro famoso por seus bares, restaurantes e história do jazz.
De acordo com relatos à CBS, um veículo em alta velocidade atingiu a multidão pouco antes de seu motorista pular no chão e começar a disparar uma arma, enquanto a polícia respondia ao fogo.
Uma caminhonete branca bateu em uma barricada "em alta velocidade". "Assim que passou por nós, ouvimos tiros e vimos a polícia correndo naquela direção", disse Nicole Mowrer à CBS.
"Quando os disparos acabaram, saímos para a rua e encontramos muitas pessoas que haviam sido atingidas. (Queríamos) ver o que poderíamos fazer para ajudar", acrescentou.
Nova Orleans é um dos destinos mais visitados dos Estados Unidos e o incidente ocorreu pouco antes de a cidade sediar um importante jogo de futebol americano, conhecido como Sugar Bowl, no qual participam equipes da Universidade da Geórgia e Notre Dame.
Devido ao ataque, o jogo foi adiado. "Todos concordam que é do interesse de todos adiar o jogo por 24 horas", declarou o CEO do Sugar Bowl, Jeff Hundley, em uma coletiva de imprensa.
Segundo as autoridades municipais, a vigilância foi intensa durante o Ano Novo, enquanto a cidade se preparava para receber multidões.
O icônico French Quarter publicou ofertas especiais para o Ano Novo, incluindo festas LGBTQIAPN+ e um cabaré drag perto de onde ocorreu o incidente.
E.Paulino--PC