- Sobe para 10 número de mortos em desabamento de ponte que liga Maranhão e Tocantins
- Ex-presidente uruguaio 'Pepe' Mujica se recupera após cirurgia de câncer de esôfago
- Arsenal vence Ipswich e assume vice-liderança da Premier League
- Cristiano Ronaldo diz que Vini Jr. merecia Bola de Ouro: 'Injusto'
- Líder da Serie A, Atalanta visita Lazio para fechar 2024 com chave de ouro
- MPT investiga montadora chinesa de carros BYD por tráfico de pessoas
- Montenegro extraditará aos EUA magnata sul-coreano das criptomoedas
- 'Nunca satisfeito', Alex de Minaur mira Top 5 em 2025
- Avós da Praça de Maio encontram neto 138, levado durante a ditadura argentina
- Swiatek não espera recurso da Wada em seu caso de doping
- Israel realiza operação perto de importante hospital de Gaza
- Justiça rejeita processo do Barcelona para inscrever Dani Olmo
- Policial argentino detido na Venezuela é processado por 'terrorismo'
- Medo e escassez na capital de Moçambique em plena crise política
- Investigação sugere que avião da Azerbaijan Airlines caiu devido a 'interferências' externas
- Brasil registra nova redução no desemprego (6,1%)
- Otan reforçará sua presença no Báltico após suposta sabotagem russa de cabo submarino
- Onda de carros chineses sacode o mercado de luxo do México
- Deserções no Exército ucraniano, entre a angústia e a indulgência
- Soldado norte-coreano capturado pela Ucrânia na guerra com a Rússia
- Liverpool vence Leicester e abre 7 pontos de vantagem na liderança do Inglês
- Iraque exuma restos de cerca de 100 mulheres e crianças de vala comum
- Quatro menores desaparecidos e 16 militares equatorianos sob investigação
- Ex-funcionário nega ter criado rede de prostituição no Congresso peruano
- Israel bombardeia aeroporto e 'alvos militares' huthis no Iêmen
- Finlândia abre investigação contra navio procedente da Rússia por suspeita de sabotagem
- Sobe para oito número de mortos em desabamento de ponte entre MA e TO
- 'Não há nada o que conversar' com Trump sobre Canal do Panamá, diz presidente panamenho
- Sabalenka diz estar 'pronta' para novo título na Austrália
- Haaland perde pênalti e Manchester City empata em casa com o Everton
- Operação militar na Síria contra milícias leais a Assad
- Gigante de veículos elétricos BYD nega 'condições análogas à escravidão' na Bahia
- Acordo de separação dos Beatles, que pôs fim a 'muitas tensões', completa 50 anos
- Índia se prepara para receber 400 milhões de peregrinos em enorme festival religioso
- Autoridades investigam queda de avião no Cazaquistão
- Mais de 10 mil migrantes morreram ou desapareceram em 2024 tentando chegar à Espanha pelo mar
- Ásia recorda os 20 anos do tsunami devastador na costa do Oceano Índico
- TV palestina afirma que ataque israelense matou cinco jornalistas
- Oposição sul-coreana apresenta moção de impeachment do presidente interino
- Japan Airlines enfrenta ciberataque que poderia impactar seus voos
- Ásia relembra os 20 anos do tsunami que varreu a costa do oceano Índico
- Papa pede no Natal para 'superar divisões' em um mundo ofuscado por conflitos
- Trump deseja 'Feliz Natal' aos 'lunáticos de esquerda' nas redes sociais
- Mais de 1.500 presos fugiram em meio a distúrbios eleitorais em Moçambique
- Bouterse, o popular ex-ditador foragido do Suriname
- Minoria alauíta síria protesta por suposto ataque contra santuário
- Morre o ex-ciclista francês Pascal Hervé, aos 60 anos
- Futebol espanhol viveu em 2024 um de seus melhores anos
- Boston Celtics conquista seu 18º anel na NBA
- Max Verstappen conquista 4º título na F1 apesar de não ter o melhor carro
Deserções no Exército ucraniano, entre a angústia e a indulgência
Oleksandr desertou do Exército enquanto lutava na frente oriental da Ucrânia, depois de meses vendo outros soldados serem massacrados por bombardeios russos.
Um dia, os soldados de seu grupo receberam ordens para revidar. Oleksandr, 45 anos, pensou que a morte o aguardava e, quando teve a chance, deixou as linhas de frente na região de Luhansk.
“Nós queríamos viver. Não tínhamos experiência militar. Éramos pessoas normais e trabalhadoras”, explica ele com voz suave à AFP, sem divulgar seu sobrenome.
O caso de Oleksandr é uma das milhares de deserções que pesam sobre o Exército ucraniano, que perdeu 43.000 soldados desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022. Dezenas de milhares estão desaparecidos.
A falta de tropas é um dos piores problemas diante das tropas russas, maiores e que estão na ofensiva, ganhando terreno por meio de operações mortais.
- Prisão antes da morte -
De acordo com o Ministério Público ucraniano, desde 2022, pelo menos 90.000 casos foram abertos por deserção ou ausência sem permissão e 2024 viu um aumento acentuado na tendência.
O caso de Sergiy Gnezdilov é um bom exemplo dessa situação. Em setembro, o jovem de 24 anos anunciou nas redes sociais que estava deixando sua unidade em protesto contra o recrutamento por tempo indeterminado.
“A partir de hoje, estou saindo sem licença depois de cinco anos de serviço militar impecável, até que sejam estabelecidas condições claras de serviço ou até que eu complete 25 anos”, escreveu ele.
O serviço nacional de investigação classificou seu comportamento como “imoral” e disse que suas declarações fazem o jogo da Rússia. Gnezdilov foi preso e pode pegar até 12 anos de prisão.
Oleksandr afirma que se lembra pouco do ano seguinte à sua deserção, que passou na região de Lviv, e atribui essa amnésia aos hematomas cerebrais que sofreu com o bombardeio.
Ele também diz que bebeu para esquecer o horror e o crescente sentimento de culpa.
No final, apesar das súplicas das pessoas ao seu redor, ele decidiu retornar ao front, depois de ver jovens se alistando e soldados retornando ao combate, mesmo tendo sido feridos.
Sua irmã implorou a ele e disse: “Prefiro levar comida para a prisão do que flores para o seu túmulo”.
- "Você enlouquece pouco a pouco" -
Para Buch, um soldado que se identifica por seu pseudônimo de guerra, foi também o sentimento de culpa que o motivou a retornar ao front.
O homem de 29 anos explica que desertou depois de ser ferido durante a libertação de Kherson, uma cidade no sul da Ucrânia, no final de 2022.
“Ficar sob bombardeio constante prejudica gradualmente seu estado mental. Você enlouquece pouco a pouco. Você está sob estresse o tempo todo”, diz ele.
Diante da escassez de tropas, o Parlamento ucraniano aprovou em agosto uma anistia para os soldados que retornassem às suas unidades.
Tanto a 47ª quanto a 53ª brigadas do Exército anunciaram em dezembro que reintegrariam os soldados que deixaram a frente de batalha sem permissão. “Todos nós cometemos erros”, explicaram.
O Ministério Público alega que até 8.000 soldados que desertaram ou deixaram seus postos sem permissão retornaram às fileiras do Exército.
- Apoio psicológico -
Para Siver, comandante do 1º Batalhão de Assalto Separado, conhecido como Da Vinci, o número de soldados que desertam de suas unidades está aumentando à medida que os soldados mais motivados são mortos ou feridos.
“Poucas pessoas foram feitas para a guerra”, disse ele à AFP. “Cada vez mais pessoas estão sendo forçadas” a entrar no Exército, acrescenta.
Vários oficiais militares disseram à AFP que estão sendo tomadas medidas para reduzir as deserções.
Buch aponta para uma melhora no treinamento médico e militar que recebeu, em comparação com a primeira vez em que foi mobilizado. A atitude de seus superiores também mudou. Antes, alguns oficiais “não nos tratavam como seres humanos”.
O major Siver argumenta que o apoio psicológico pode ajudar as tropas a suportar as “semanas” nas trincheiras, atoladas na lama, com frio e fome.
Para Siver, no entanto, não existe uma solução milagrosa para combater a deserção, uma tendência que provavelmente vai aumentar.
“Temos que pôr um fim à guerra”, diz ele.
O.Salvador--PC