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Rússia executa ataque em larga escala contra rede de energia da Ucrânia no Natal
A Rússia lançou nesta quarta-feira (25) mais de 70 mísseis e uma centena de drones contra as instalações de energia da Ucrânia, um ataque que, segundo Kiev, matou uma pessoa e deixou centenas de milhares de residências sem energia elétrica e calefação no dia de Natal.
O presidente russo, Vladimir "Putin escolheu deliberadamente o dia de Natal para atacar. O que poderia ser mais desumano?", denunciou o chefe de Estado ucraniano, Volodimir Zelensky.
O presidente ucraniano destacou que "mais de 50 mísseis" e alguns drones foram abatidos, mas outros projéteis provocaram cortes de energia em várias regiões do país.
"O terror é a resposta de Putin àqueles que mencionaram um ilusório 'cessar-fogo de Natal'", declarou o chefe da diplomacia ucraniana, Andrii Sibiga.
Os ataques atingiram seis regiões da Ucrânia, com um balanço de pelo menos um morto e seis feridos. Também provocou grandes cortes no sistema de calefação em pleno inverno (hemisfério norte, verão no Brasil), segundo as autoridades do país.
Na cidade de Dnipro, no centro-leste da Ucrânia, um funcionário de uma central térmica morreu, informou o vice-primeiro-ministro Oleksii Kuleba.
Em Kharkiv, a segunda maior cidade do país, localizada no nordeste, perto da fronteira com a Rússia, meio milhão de casas ficaram sem energia elétrica, calefação e água quente, segundo o governador da região, Oleg Sinegubov.
Ao menos seis pessoas ficaram feridas nos ataques contra a cidade, informou.
A Força Aérea ucraniana indicou ter detectado 78 mísseis russos e 106 drones e afirmou que derrubou 59 e 54, respectivamente.
Desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, a Rússia provocou graves danos ao sistema de energia elétrica da Ucrânia com bombardeios que causam apagões frequentes.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, condenou "o ataque contínuo à infraestrutura de energia da Ucrânia" e elogiou "a resistência do povo ucraniano".
Do lado russo, quatro pessoas morreram e várias ficaram feridas em um bombardeio ucraniano em Lgov, uma cidade na região fronteiriça de Kursk, onde a Ucrânia efetua uma ofensiva desde agosto, informou o governador Alexander Khinshtein.
- Celebrar o Natal com o Ocidente -
A empresa ucraniana de energia DTEK informou que o ataque provocou graves danos aos equipamentos de suas centrais térmicas.
Este foi o 13º ataque em larga escala contra o sistema energético ucraniano desde o início do ano, segundo o grupo.
"Privar de luz e calor milhões de pessoas pacíficas que celebram o Natal é um ato depravado e maligno ao qual temos que responder", afirmou na rede social X o diretor-geral da DTEK, Maxim Timchenko.
A empresa nacional de energia elétrica, Ukrenergo, anunciou vários cortes no abastecimento.
"O inimigo executa mais uma vez um ataque maciço contra o setor de energia", escreveu o ministro da Energia da Ucrânia, German Galushchenko, no Telegram. Ele acrescentou que as autoridades estão adotando "as medidas necessárias para limitar o consumo.
Os cortes afetaram brevemente a região de Ivano-Frankivs, no oeste da Ucrânia, a centenas de quilômetros da frente de batalha, segundo as autoridades regionais.
O chefe da diplomacia ucraniana afirmou que um míssil russo "passou pelos espaços aéreos da Moldávia e da Romênia".
A Romênia, no entanto, afirmou que não detectou nenhum míssil em seu espaço aéreo.
Os ataques acontecem no dia 25 de dezembro, quando a Ucrânia celebra, pela segunda vez em sua história moderna, o Natal, assim como os países ocidentais, e não em 7 de janeiro, como no calendário juliano seguido pela Igreja Ortodoxa Russa.
A mudança foi oficializada em 2023, principalmente como um ato de desafio à Rússia, embora entre 2017 e 2022 a Ucrânia já tivesse celebrado a festa nas duas datas.
Putin, prometeu no domingo que a Ucrânia sofrerá ainda mais "destruição", após um ataque de drones contra edifícios residenciais na cidade russa de Kazan, localizada a mil quilômetros da fronteira ucraniana.
Rússia e Ucrânia intensificaram os bombardeios nos últimos meses, com o objetivo de reforçar o máximo possível as suas posições antes da chegada à Casa Branca, em janeiro, do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que prometeu acabar rapidamente com o conflito.
O exército russo, que avança rapidamente no leste da Ucrânia, tenta manter a velocidade em sua progressão.
O Ministério da Defesa russo reivindicou nesta quarta-feira a tomada da localidade de Vidrodzhennia, perto de Pokrovsk, cidade logisticamente importante para as forças ucranianas.
A.Seabra--PC