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China liberta três americanos detidos 'injustamente'
A China libertou três americanos que haviam sido detidos por engano, segundo Pequim, e que serão trocados por cidadãos chineses sob custódia dos Estados Unidos, informou uma fonte próxima ao caso nesta quarta-feira (27).
O Departamento de Estado e a Casa Branca confirmaram a libertação de Mark Swidan, Kai Li, e John Leung.
Eles são os últimos prisioneiros qualificados pelo Departamento de Estado como detidos injustamente na China, embora ativistas e familiares afirmem que há outros casos.
"Voltarão em breve e se reunirão com suas famílias pela primeira vez em muitos anos", disse um porta-voz do Departamento de Estado às vésperas do Dia de Ação de Graças, um feriado nacional nos Estados Unidos, no qual as famílias costumam se reunir.
"Graças aos esforços deste governo e à diplomacia com a República Popular da China, todos os americanos detidos injustamente estão em casa", acrescentou o funcionário.
Uma fonte próxima ao caso informou que os três indivíduos foram libertados em troca de três cidadãos chineses sob custódia americana, cujas identidades não foram reveladas.
Swidan foi detido no fim de 2012 em uma viagem de negócios à China por acusações relacionadas com drogas. Sua família e aqueles que o apoiam afirmam que nunca houve provas contra ele e que ele foi acusado por seu motorista e seu intérprete.
No início de sua detenção, Swidan foi privado de sono e comida e perdeu mais de 45 kg, segundo o grupo de defesa dos direitos humanos Dui Hua.
Kai Li, nascido em Xangai e naturalizado americano, dirigia uma empresa de exportação de tecnologia aeronáutica. Ele foi preso em 2016 e condenado por espionagem por supostamente entregar segredos de Estado a Washington.
Ele afirma que estava compartilhando informações comumente disponíveis na Internet como parte do cumprimento rotineiro das regulamentações de exportação dos EUA.
Leung, cidadão americano com mais de 70 anos e residência permanente em Hong Kong, também foi condenado por espionagem. A China revelou poucos detalhes sobre o seu caso quando foi detido pela primeira vez em 2021, mas posteriormente foi acusado de espionar autoridades chinesas para os Estados Unidos.
Com os três, o governo dos Estados Unidos, em fim de mandato, conseguiu a libertação de mais de 70 americanos detidos injustamente em todo o mundo, segundo as autoridades.
- Colaboração com a China -
Em setembro, os Estados Unidos haviam conseguido a libertação do pastor David Lin, outro cidadão considerado detido injustamente desde 2006.
Mais tarde, as autoridades americanas reconheceram que a libertação fazia parte de uma troca por um cidadão chinês após negociações diplomáticas discretas.
Esta abordagem contrasta com as trocas de prisioneiros com a Rússia, nas quais Biden e o presidente russo, Vladimir Putin, encontraram pessoalmente os cidadãos no aeroporto após seu retorno.
O governo Biden esperava conseguir a libertação dos prisioneiros antes do fim do seu mandato, em janeiro. O presidente democrata apresentou os casos ao presidente chinês, Xi Jinping, durante a última reunião que teve com ele à margem da cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), no Peru, em meados de novembro.
Analistas dizem que a China tenta mostrar que, se Washington cooperar, estará disposta a trabalhar de forma construtiva em certas áreas de interesse comum.
O governo de Biden afirma que a China tomou medidas contra os produtores de precursores químicos do fentanil, um opioide sintético responsável por dezenas de milhares de mortes por overdose todos os anos nos Estados Unidos.
O presidente eleito, Donald Trump, prometeu uma abordagem mais beligerante quando assumir o cargo. Nesta semana, disse que aumentaria imediatamente as tarifas sobre os produtos chineses e também imporia tarifas altas aos vizinhos México e Canadá.
L.Torres--PC