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Combates entre Hezbollah e Israel no sul do Líbano, bombardeios nos subúrbios de Beirute
Israel afirmou que cerca de 250 projéteis foram disparados a partir do Líbano contra seu território neste domingo (24), enquanto continua bombardeando os subúrbios ao sul de Beirute e travando combates ferozes no sul do país com o Hezbollah.
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, urgiu em Beirute um "cessar-fogo imediato" entre Israel e o movimento islamista pró-iraniano, em guerra aberta há dois meses.
Um dia depois dos bombardeios israelenses mortais no coração de Beirute, o Hezbollah anunciou ter lançado vários ataques com drones e mísseis contra alvos e bases militares no sul de Israel e a região de Tel Aviv.
Sirenes de alerta soaram em várias regiões de Israel, entre elas o subúrbio de Tel Aviv, informou o exército, que reportou 250 projéteis disparados a partir do Líbano.
Segundo fontes médicas, ao menos 11 pessoas ficaram feridas. Na Cisjordânia ocupada, 13 palestinos também ficaram feridos, em estado leve ou moderado, quando um míssil interceptor caiu sobre várias casas do acampamento de Tulkarem, no oeste.
No Líbano, a Agência Nacional de Notícias (NNA) informou vários bombardeios israelenses nos subúrbios ao sul de Beirute.
O exército israelense declarou que realizou ataques "contra 12 centros de comando do Hezbollah" nesta periferia, acusando o movimento xiita de localizar "intencionalmente" as suas instalações entre a população civil.
A NNA também relatou intensos combates em várias áreas do sul, onde o Hezbollah afirmou ter destruído seis tanques Merkava israelenses neste domingo.
- Aulas suspensas -
Devido aos ataques mortais que atingiram Beirute nos últimos dias, o Ministério da Educação libanês suspendeu as aulas presenciais na capital e seus arredores na segunda-feira.
"Só vemos um caminho possível: um cessar-fogo imediato e a plena aplicação da resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU", declarou Borrell após se reunir com o presidente do Parlamento libanês, Nabih Berri, e o primeiro-ministro, Najib Mikati.
A resolução da ONU pôs fim à guerra anterior entre Israel e Hezbollah em 2006, e estabelece que só o exército libanês e os capacetes azuis da ONU podem estar na fronteira sul do Líbano, o que implica na retirada do grupo xiita e dos soldados israelenses da região.
Israel busca pôr fim aos disparos de foguetes do Hezbollah contra seu território, iniciados há mais de um ano em apoio ao movimento islamista palestino Hamas, em Gaza.
Depois de quase um ano de hostilidades, o exército israelense lançou uma campanha de bombardeios contra redutos do Hezbollah, em 23 de setembro. Uma semana depois, iniciou operações terrestres no sul do país.
O objetivo declarado de Israel é permitir o retorno dos 60.000 deslocados do norte do país pelas trocas de tiros com o Hezbollah.
"Devemos pressionar o governo israelense e manter a pressão sobre o Hezbollah para que aceite a proposta americana de cessar-fogo", declarou Borrell.
O diplomata anunciou, ainda, que a União Europeia estava disposta a fornecer 200 milhões de euros (1,2 bilhão de reais) ao exército libanês.
A proposta de Washington, de 13 pontos, prevê uma trégua de 60 dias juntamente com o destacamento do exército no sul do Líbano. A proposta foi debatida esta semana pelo emissário americano Amos Hochstein, que viajou aos dois países afetados.
Mas nenhum resultado foi anunciado desde então e a frequência dos bombardeios israelenses contra os redutos do Hezbollah se intensificou.
O Ministério da Saúde libanês estima que pelo menos 3.754 pessoas morreram no país desde outubro de 2023, a maioria desde setembro deste ano.
Do lado israelense, 82 soldados e 47 civis morreram em 13 meses.
- Onze mortos em Gaza -
Paralelamente à sua guerra contra o Hezbollah no Líbano, Israel prometeu aniquilar o Hamas na Faixa de Gaza. O movimento islamista palestino desencadeou o conflito, após a incursão letal de seus milicianos no sul de Israel, em 7 de outubro de 2023.
Combatentes islamistas mataram 1.206 pessoas, a maioria civis, e sequestraram outras 251, segundo um balanço da AFP baseado em números oficiais israelenses, que incluem as mortes de alguns reféns levados pelo Hamas.
Dos 251 sequestrados, 97 permanecem em cativeiro em Gaza, mas o exército israelense estima que 34 tenham morrido.
Raz Ben Ami, uma ex-refém cujo marido continua sequestrado em Gaza, declarou neste domingo que "é hora de trazê-los de volta, e o mais rápido possível, porque ninguém sabe quem sobreviverá ao inverno".
A ofensiva de Israel em represália custou a vida de pelo menos 44.211 pessoas em Gaza, segundo dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.
Neste domingo, ao menos 11 palestinos morreram em bombardeios israelenses em Gaza, segundo a Defesa Civil do território.
P.L.Madureira--PC