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Em giro pela Europa, Zelensky chega à Itália, onde se reúne com primeira-ministra
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, se reuniu, nesta quinta-feira (10), com a chefe do governo italiano, Giorgia Meloni, em Roma, aonde chegou no âmbito de seu giro pela Europa para buscar o apoio de seus aliados antes das eleições nos Estados Unidos, em novembro.
Nesta viagem de dois dias por Londres, Paris, Roma e Berlim, Zelensky busca obter o reforço da ajuda ocidental frente à invasão russa.
Seu exército tem enfrentando dificuldades no leste da Ucrânia e, além disso, uma eventual vitória do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais de novembro nos Estados Unidos colocaria em xeque o apoio de Washington.
Zelensky negou, nesta quinta-feira, que um cessar-fogo com a Rússia seja um tema em sua viagem por várias capitais europeias para apresentar seu “plano para a vitória” da Ucrânia.
O cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia “não é um tópico de nossas discussões (...) com nossos aliados”, disse Zelensky depois de se reunir em Paris com seu colega francês, Emmanuel Macron, denunciando uma "desinformação russa" sobre este assunto.
O líder ucraniano iniciou nesta quinta-feira uma intensa viagem pela Europa, buscando renovar o apoio a ele antes das eleições americanas e apresentar seu “plano para a vitória” da Ucrânia a seus aliados.
Antes de sua viagem a Paris, o primeiro-ministro britânico, o trabalhista Keir Starmer, recebeu Zelensky em Londres, em uma reunião à qual se somou mais tarde o novo secretário-geral da Otan, Mark Rutte.
Starmer disse ao líder da Aliança Atlântica que ele e Zelensky discutiram o “plano para a vitória” da Ucrânia em sua luta contra a invasão russa, que começou em fevereiro de 2022.
O objetivo é “criar condições para um fim justo da guerra”, disse o líder ucraniano, citado em um comunicado de seu gabinete. “A Ucrânia só pode negociar a partir de uma posição forte”, acrescentou.
Esse plano, ainda muito vago, deve a princípio ser revelado em uma cúpula pela paz em novembro, em data a ser determinada.
“A questão aqui é a Ucrânia, mas também a defesa do Ocidente e como nos manteremos seguros”, disse Rutte, que se comprometeu a manter a questão ucraniana no topo de sua agenda.
Em Roma, Zelensky se reunirá na manhã de sexta-feira com o papa Francisco no Vaticano.
O líder ucraniano encerrará seu giro europeu na sexta em Berlim, onde manterá conversações com o chanceler social-democrata Olaf Scholz, em um momento em que a Alemanha planeja cortar pela metade a ajuda militar bilateral à Ucrânia em 2025.
Embora uma reunião dos parceiros militares de Kiev estivesse originalmente agendada para sábado na base de Ramstein, na Alemanha, ela foi adiada porque o presidente americano, Joe Biden, deve permanecer nos Estados Unidos para supervisionar as medidas adotadas para conter os danos do furacão Milton.
Uma obrigação urgente para o democrata Biden e uma decepção para Zelensky, que teme que a ajuda financeira e militar à Ucrânia seja reduzida se o republicano Donald Trump prevalecer sobre a democrata Kamala Harris na eleição presidencial dos EUA em 5 de novembro.
"Parem de se preocupar com uma Presidência Trump", disse o chefe da Otan aos jornalistas, convencido de que os Estados Unidos manteriam seu apoio porque, em sua avaliação, sabem que "não se trata apenas da Ucrânia, mas também deles mesmos".
- "Antes do inverno" -
Durante seu giro, o presidente ucraniano reiterou seu pedido de armas e equipamentos militares em um momento muito delicado para seu país.
“Antes do inverno [do norte], precisamos de seu apoio”, disse Zelensky a seus aliados em Paris, reconhecendo ‘uma situação difícil no leste’ da Ucrânia e um ‘grande déficit’ em alguns equipamentos.
Não apenas o Exército russo continuou a corroer a frente oriental de Kiev nos últimos meses, mas a ajuda ocidental também pode diminuir consideravelmente, alertou o instituto de pesquisa alemão Kiel nesta quinta-feira.
“A partir do próximo ano, a Ucrânia poderá enfrentar um déficit significativo de ajuda”, disse o instituto, que acompanha a ajuda militar, financeira e humanitária prometida e efetivamente entregue à Ucrânia, em um comunicado.
Uma possível vitória eleitoral de Trump “poderia bloquear futuros planos de ajuda no Congresso” americano, alertou o Instituto Kiel.
M.Gameiro--PC