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Bombardeios israelenses continuam no Líbano e ao menos 28 pessoas morrem em Gaza
Israel bombardeou, nesta quinta-feira(10), posições do movimento islamista Hezbollah em Beirute e outras regiões do Líbano, onde os combates continuam no sul, e em Gaza, um ataque a uma escola deixou pelo menos 28 mortos, segundo o Crescente Vermelho palestino.
O Exército israelense intensificou a ofensiva contra o Hezbollah em 30 de setembro com ataques terrestres no sul do Líbano, após um ano de confrontos na fronteira com esta milícia pró-Irã e aliada do movimento palestino Hamas.
Os bombardeios israelenses continuaram a atingir o subúrbio ao sul de Beirute, um dos redutos do Hezbollah, nesta quinta-feira, onde os ataques devastaram bairros inteiros.
Na cidade de Derdghaiya, no sul, equipes de resgate faziam buscas nos escombros de um centro da Defesa Civil, após um bombardeio israelense que matou cinco socorristas.
Nos arredores de Tiro, perto da fronteira, uma nuvem de fumaça subiu após um bombardeio israelense e a agência oficial de notícias ANI reportou ataques no sul e leste do país.
Israel também intensificou os ataques à Síria e um bombardeio atingiu uma estrada para o Líbano, com o objetivo de bloquear as rotas de abastecimento do Hezbollah.
Apesar da morte de vários comandantes e do líder do movimento pró-Irã, Hassan Nasrallah, em 27 de setembro em um bombardeio israelense, o grupo afirma que continua operacional.
O Hezbollah afirmou nesta quinta-feira que destruiu um tanque israelense, causando vítimas. O veículo avançava em direção à cidade libanesa de Ras al Naqura, perto da fronteira, onde o Exército israelense havia informado que reforçava as tropas.
- Limitar o impacto sobre os civis -
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, conversou por telefone na quarta-feira com o presidente americano, Joe Biden.
O principal assunto foi a resposta de Israel ao ataque com mísseis lançados na semana passada pelo Irã, aliado do Hezbollah libanês e do Hamas palestino.
Biden pediu a Netanyahu que "limitasse tanto quanto possível o impacto sobre os civis" no Líbano, informou a Casa Branca.
Netanyahu apelou esta semana aos libaneses para "libertarem" seu país do Hezbollah, uma milícia que também é um partido com representação significativa no Parlamento.
O líder israelense alertou que o Líbano poderá cair "no abismo de uma longa guerra" com um nível de "destruição" semelhante ao de Gaza.
O porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, afirmou que "não previa nenhum tipo de ação militar no Líbano semelhante ao de Gaza, ou que deixasse um resultado parecido".
- Ao menos 28 mortos em Gaza -
O Hezbollah abriu uma frente contra Israel há um ano para apoiar o Hamas, que entrou em guerra com Israel após o ataque de 7 de outubro de 2023.
O conflito entre Israel e o Hamas eclodiu após o ataque sem precedentes de militantes islamistas em solo israelense, que causou a morte de 1.206 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em números oficiais israelenses.
Em resposta, Israel lançou uma ofensiva implacável na Faixa de Gaza, governada pelo Hamas, na qual já morreram mais de 42.065 palestinos, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde, que a ONU considera confiáveis.
No pequeno território palestino, pelo menos 28 pessoas foram mortas em um bombardeio a uma escola em Deir el Balah, no centro, um ataque que o Exército israelense afirma ter sido dirigido contra "terroristas (...) em um posto de comando".
Depois de enfraquecer o Hamas em Gaza, o Exército israelense transferiu a maior parte das suas operações para o Líbano em setembro para combater o Hezbollah e permitir o retorno dos deslocados pela violência na sua fronteira norte.
Desde o início dos duelos de artilharia entre Israel e o Hezbollah, mais de 2.000 pessoas foram mortas no Líbano, das quais 1.200 morreram após a intensificação dos bombardeios israelenses em 23 de setembro, segundo uma contagem realizada pela AFP com base em números oficiais.
Jeanine Hennis-Plasschaert, coordenadora especial da ONU para o Líbano, alertou na quarta-feira que o país enfrenta uma situação "catastrófica" com quase 600 mil pessoas deslocadas internamente, mais da metade delas menores.
L.Henrique--PC