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Netanyahu promete vencer 'inimigos' de Israel, na véspera do aniversário do 7/10
O primeiro-ministro israelense prometeu, neste domingo (6), vencer os "inimigos" de Israel e seu Exército bombardeou alvos de Hezbollah nos arredores de Beirute, na véspera do primeiro aniversário do ataque do Hamas em solo israelense, que desencadeou a guerra em Gaza.
"Juntos lutaremos e juntos venceremos", declarou Benjamin Netanyahu durante visita às tropas no norte de Israel, na fronteira com o Líbano.
"Há um ano sofremos um golpe terrível", acrescentou, em referência ao ataque do movimento islamista palestino de 7 de outubro de 2023, que provocou como resposta a devastadora ofensiva de Israel na Faixa de Gaza.
Netanyahu, que pronunciará na segunda-feira um discurso à nação por ocasião do aniversário do ataque brutal, também disse que o Exército tinha conseguido transformar "a realidade de um extremo ao outro". "O mundo inteiro está impressionado pelos golpes que estão desferindo a nossos inimigos", garantiu aos soldados.
Após enfraquecer o Hamas em Gaza, Israel anunciou em meados de setembro que estava deslocando "o centro de gravidade" de suas operações para o norte, na fronteira libanesa, onde o Hezbollah abriu, em 8 de outubro de 2023, uma frente em apoio ao grupo islamista palestino.
O chefe do Exército israelense, Herzi Halevi, afirmou neste domingo que suas forças não tinham apenas derrotado o braço militar do Hamas, mas também "desferido um duro golpe" no movimento xiita libanês apoiado pelo Irã.
"Não vamos parar", garantiu, advertindo que a guerra será "longa" e está sendo travada "por nosso direito a ser um povo livre em nossa terra".
- Hamas exalta ataque 'glorioso' -
O Hamas, que governa Gaza desde 2007 e é classificado como organização "terrorista" por Estados Unidos, União Europeia e Israel, exaltou, por sua vez, o "glorioso" ataque de 7 de outubro.
"[O ataque] destruiu as ilusões que o inimigo havia criado, convencendo o mundo e a região da sua suposta superioridade e capacidades", disse em um vídeo Khalil al Haya, membro do grupo baseado no Catar.
A agressão iraniana reacendeu o temor de uma conflagração no Oriente Médio. O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, ameaçou neste domingo o Irã, seu inimigo jurado e aliado de Hamas e Hezbollah, com ofensivas similares às de Gaza e Líbano.
Teerã disse que já tem "preparada" sua resposta em caso de ataque israelense, informou neste domingo um veículo de comunicação local citando uma fonte militar.
Os pedidos de trégua no Oriente Médio se intensificaram nas últimas semanas. O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu no sábado o fim imediato da "violência impactante e do derramamento de sangue" em Gaza e Líbano.
O papa Francisco, por sua vez, pediu "um cessar-fogo imediato em todas as frentes, incluída a libanesa".
A agência de imprensa oficial libanesa NNA (na sigla em inglês) reportou mais de "30 bombardeios" durante a noite em diversos setores da periferia sul de Beirute, reduto do Hezbollah, e um correspondente da AFP relatou outros bombardeios no leste do país.
- 'Parecia um terremoto' -
Mehdi Zaiter, um verdureiro do subúrbio sul de Beirute de 60 anos, onde o rastro de destruição é enorme, vivenciou uma noite de pesadelo.
"Foi a noite mais violenta que tivemos. Havia tantos bombardeios que parecia um terremoto", disse ele à AFP.
Com as operações no Líbano, Israel busca deter os disparos de foguetes do Hezbollah na fronteira para que dezenas de milhares de deslocados no norte por causa das hostilidades possam retornar para suas casas.
Em Gaza, o Exército israelense afirmou que "cercou" a região de Jabalia, no norte da Faixa, onde avalia que o movimento palestino está recompondo suas forças.
Também anunciou o destacamento de tropas adicionais nas imediações do território palestino devido ao aniversário do ataque do Hamas em Israel.
A ação sem precedentes do movimento palestino em 7 de outubro de 2023 em Israel resultou em 1.205 mortes, a maioria civis, segundo um balanço realizado com números oficiais israelenses.
Os islamistas também capturaram naquele dia 251 pessoas, das quais 97 seguem cativas em Gaza e 33 estariam mortas, segundo o Exército.
A ofensiva israelense na Faixa causou até o momento 41.870 mortes, segundo os números atualizados do Ministério da Saúde do território palestino controlado pelo Hamas, cujas informações são consideradas confiáveis pela ONU.
No Líbano, mais de 2 mil pessoas morreram desde outubro de 2023, mais de mil delas desde 23 de setembro, segundo as autoridades. Cerca de 1,2 milhão de pessoas tiveram que deixar suas casas.
C.Cassis--PC