Portugal Colonial - Festival de Toronto cancela exibição do documentário 'Russians at War' após 'ameaças'

Festival de Toronto cancela exibição do documentário 'Russians at War' após 'ameaças'
Festival de Toronto cancela exibição do documentário 'Russians at War' após 'ameaças' / foto: VALERIE MACON - AFP

Festival de Toronto cancela exibição do documentário 'Russians at War' após 'ameaças'

A estreia na América do Norte do polêmico documentário "Russians at War", que trata da invasão russa à ucrânia e deveria ser exibido nesta sexta-feira (13) no Festival Internacional de Cinema de Toronto, foi cancelada devido a "ameaças".

Tamanho do texto:

Desde sua apresentação no Festival de Veneza, o filme, dirigido por uma cineasta russo-canadense que dá voz aos soldados de Moscou, despertou a ira de personalidades culturais e políticas ucranianas, que o consideram um ato de "propaganda" do governo de Vladimir Putin.

Na terça-feira, manifestações nas ruas de Toronto exigiam o cancelamento das três exibições programadas durante o festival.

O Canadá tem a segunda maior diáspora ucraniana do mundo, com 1,3 milhão de pessoas.

Os organizadores disseram inicialmente que manteriam as exibições previstas para sexta, sábado e domingo, antes de recuarem na quinta-feira devido a "ameaças significativas às operações do festival e à segurança pública".

Suspender as exibições foi uma "decisão sem precedentes" para o festival, informaram, e se comprometeram a exibir o filme "quando for seguro fazê-lo".

A polícia de Toronto disse à AFP nesta sexta-feira que a decisão foi "tomada de forma independente pelos organizadores do evento e sem seguir as recomendações do serviço policial de Toronto".

"Não temos informações sobre ameaças futuras ou potenciais no momento", acrescentou a porta-voz Laurie McCann.

Para este documentário, a cineasta Anastasia Trofimova passou vários meses coletando depoimentos de soldados em um batalhão russo na linha de frente ucraniana.

De acordo com um jornalista da AFP que viu o filme, com cerca de duas horas de duração, os combatentes que aparecem na tela parecem ter perdido a noção de sua participação no conflito.

Trofimova disse à AFP que seu filme era "um documentário contra a guerra" que mostrava "pessoas comuns".

Mas para Andrii Yermak, chefe do gabinete do presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, a obra deveria ser "proibida" porque apresenta "o agressor como uma vítima" e "distorce a realidade".

E.Raimundo--PC