Portugal Colonial - Kamala Harris deixa Donald Trump na defensiva em debate repleto de troca de farpas

Kamala Harris deixa Donald Trump na defensiva em debate repleto de troca de farpas

Kamala Harris deixa Donald Trump na defensiva em debate repleto de troca de farpas

Kamala Harris deixou Donald Trump na defensiva durante um debate presidencial de terça-feira (10) repleto de ataques pessoais e políticos, no qual a democrata demonstrou um ótimo desempenho.

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O resultado foi considerado tão bom que a equipe de campanha da democrata afirmou que ela "está pronta para um segundo debate".

O evento também agradou a cantora Taylor Swift, que prometeu votar em Kamala, a quem chamou de "guerreira" porque "luta pelos direitos e causas" com as quais ela se identifica.

Um apoio muito importante devido à enorme influência da artista em milhões de jovens. O marido da vice-presidente americana, Doug Emhoff, resumiu o cenário: "Você venceu o debate, mas ainda não ganhamos nada", comentou.

"Temos muito trabalho pela frente", reconheceu a vice-presidente e candidata democrata, de 59 anos.

Seu rival, o ex-presidente Trump, de 78 anos, também reivindicou a vitória. Em sua plataforma Truth Social, ele afirmou que este foi "seu melhor debate".

- "Harris venceu" -

"Trump foi muito mal e Harris venceu por ampla margem", afirmou o cientista político Larry Sabato.

"Talvez não mude muito as pesquisas", atualmente empatadas, a oito semanas das eleições, lembrou Julian Zelizer, professor da Universidade de Princeton. "Mas ela o empurrou para o tipo de discurso que ilustra o caos que ele trouxe para o cenário político.

O debate na rede ABC começou com um aperto de mão entre os dois, mas surgiram faíscas quase desde o primeiro minuto.

De pé, atrás do púlpito, ele permaneceu sério, sem tirar os olhos da câmera. Ela virava a cabeça de vez em quando para observar o rival com sarcasmo durante os mais de 90 minutos de debate, que aconteceu na Filadélfia, berço da democracia americana no leste do país.

"Ele nos deixou o pior desemprego desde a Grande Depressão (...) a pior epidemia de saúde pública em um século (e) o pior ataque à nossa democracia desde a Guerra Civil, e o que fizemos foi limpar a bagunça de Donald Trump", disse a democrata.

- Ataques pessoais -

Ela também o acusou de espalhar "muitas mentiras" sobre o aborto que "ofendem as mulheres".

Trump chamou a democrata de "marxista" e recorreu ao seu tema favorito: migração. "Muitas pessoas que chegam são criminosas e isso também é ruim para a nossa economia, disse.

"Estão tomando os empregos que agora são ocupados por afro-americanos e hispânicos e também por sindicatos", disse o republicano, como parte da sua retórica anti-imigração.

Ele foi mais longe ao repetir a mentira de que os migrantes comem "cachorros, gatos e animais de estimação" dos moradores de uma cidade de Ohio (nordeste dos Estados Unidos), um boato repetido desde segunda-feira pelos republicanos e desmentido pelas autoridades.

À medida que o debate avançava, o tom agressivo aumentava.

- "Estou falando" -

"Estou falando, se não se importa, por favor", disse a vice-presidente em um determinado momento.

Segundo Trump, a tentativa de assassinato da qual foi vítima em julho "provavelmente" foi motivada pelas críticas dos seus rivais, que o chamam de "ameaça à democracia".

Ele acusou a democrata de ter "copiado" o programa econômico do atual presidente, mas ela recordou que o republicano não está mais em uma disputa com Joe Biden, e sim com ela.

A vice-presidente não evitou os ataques pessoais. Kamala provocou Trump em um de seus temas favoritos, embora menos sérios — seus famosos comícios. Os participantes, disse ela, estavam saindo cedo dos atos públicos do republicano devido ao "cansaço e tédio."

Também acusou o adversário de utilizar a raça "para dividir o povo americano" e afirmou que "Líderes mundiais estão rindo de Donald Trump".

"Ditadores e autocratas estão torcendo para que você seja presidente novamente", disse, "porque podem

O presidente russo Vladimir Putin "o devoraria no almoço" e já estaria sentado em Kiev "se o republicano fosse presidente", declarou.

O republicano se negou a afirmar se deseja ou não uma vitória da Ucrânia contra a Rússia.

"Ela odeia Israel. Se ela virar presidente, não acredito que Israel exista em dois anos", disse o ex-presidente. Como esperado, a democrata negou.

Durante décadas, os debates permitiam que um candidato se distinguisse do seu rival, mas não afetaram consideravelmente a campanha.

Mas o cenário mudou em junho, quando o péssimo desempenho do presidente Joe Biden precipitou sua desistência da reeleição, anunciada em 21 de julho, quando passou o bastão para sua vice-presidente.

Muitos americanos (28%, segundo uma pesquisa New York Times/Siena College) não a conhecem, nem as suas propostas. O debate foi a oportunidade da democrata para convencer os indecisos.

Ele propôs "um novo caminho" para superar a era Trump.

As duas candidaturas precisam dos eleitores indecisos, principalmente nos estados-pêndulo, ou seja, que votam em um partido ou em outro dependendo dos candidatos. Isto concede a tais estados uma influência gigantesca nas eleições devido ao sistema de votação por sufrágio universal indireto.

V.Fontes--PC