Portugal Colonial - Argelinos comparecem às urnas para eleição presidencial

Argelinos comparecem às urnas para eleição presidencial
Argelinos comparecem às urnas para eleição presidencial / foto: - - AFP

Argelinos comparecem às urnas para eleição presidencial

Após uma campanha apática, os argelinos comparecem às urnas neste sábado (7) para a eleição presidencial, na qual Abdelmadjid Tebboune é favorito para obter um segundo mandato.

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Mais de 24 milhões de argelinos estão registrados para votar entre 7H00 e 18H00 GMT (4H00 e 15H00 de Brasília). Os primeiros resultados devem ser divulgados na noite de sábado e o anúncio oficial deve acontecer no domingo.

"O vencedor é conhecido de maneira antecipada, diante do perfil, do número inusualmente reduzido de rivais e das condições em que ocorreu a campanha eleitoral, que nada mais é do que uma comédia", afirmou o cientista político Mohamed Hennad.

O atual presidente, de 78 anos, enfrenta dois rivais relativamente desconhecidos.

O primeiro é Abdelaali Hassani, engenheiro de obras públicas de 57 anos, líder do principal partido islamista, o Movimento Sociedade pela Paz (MSP).

O outro é Youcef Aouchiche, de 41 anos, ex-jornalista e senador, líder da Frente de Forças Socialistas (FFS), partido histórico de oposição com forte presença na região de Cabilia, no norte.

Tebboune tem o apoio de quatro partidos importantes, incluindo aquele que já foi o partido único do país, a Frente de Libertação Nacional (FLN), e o movimento islamista El Bina.

Desta maneira, a questão principal do pleito é a taxa de participação, depois que o índice de abstenção alcançou 60% nas eleições de dezembro de 2019, no auge do movimento de protesto conhecido como Hirak, que defendia a mudança no sistema.

"O presidente quer uma participação considerável. É a primeira coisa que está em jogo. Ele não esqueceu que em 2019 foi eleito com uma percentual reduzido, de 58%", destacou Hasni Abidi, do centro de estudos Cermam, em Genebra, em declarações à AFP.

- Promessas econômicas -

O movimento Hirak conseguiu expulsar o antecessor de Tebboune, Abdelaziz Bouteflika, do poder em abril de 2019, com o apoio do exército, após mais de 20 anos de presidência.

Durante uma campanha que gerou pouco entusiasmo popular, os três candidatos centraram o discurso nas questões socioeconômicas, prometendo melhorar o poder de compra e estimular a economia do maior exportador de gás natural da África, que deve aos hidrocarbonetos 95% de suas receitas em moeda estrangeira.

Na política externa, os três candidatos reiteraram apoio à causa palestina e a do Saara Ocidental. A Argélia apoia a Frente Polisário, que defende a independência saaraui diante do Marrocos, que controla a maior parte deste território há quase cinco décadas.

Ajudado pelas receitas do gás, Tebboune prometeu aumentar os salários e pensões, os investimentos, construir dois milhões de residências e gerar 450 mil empregos adicionais, para tornar a Argélia na "segunda maior economia da África".

Tebboune afirma que seu primeiro mandato foi prejudicado pela pandemia de covid-19 e pela corrupção de seu antecessor, do qual foi ministro em várias ocasiões.

Para Abidi, o balanço de Tebboune é um "déficit de democracia" que poderia prejudicá-lo no segundo mandato.

A.F.Rosado--PC