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Pressão aumenta sobre Netanyahu por acordo pela libertação dos reféns em Gaza
A pressão aumentou nesta segunda-feira (2) para que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, alcance um acordo pela libertação dos reféns mantidos em cativeiro pelo Hamas em Gaza, após a morte de seis deles, com o presidente americano, Joe Biden, acusando-o de não fazer o suficiente.
A confederação sindical Histadrut convocou uma greve nesta segunda depois que o Exército israelense anunciou, no domingo, ter encontrado os corpos de seis reféns na Faixa de Gaza, após quase onze meses de guerra entre Hamas e Israel.
O apoio à greve não foi uniforme. Enquanto Tel Aviv e Haifa aderiram à mobilização, o mesmo não aconteceu em Jerusalém e Ascalão.
Após um pedido do ministro ultradireitista das Finanças, Bezalel Smotrich, um tribunal do trabalho ordenou, no entanto, o fim da greve, alegando que era "política".
O sindicato só está autorizado a convocar greves por motivos econômicos e de direitos dos trabalhadores.
A pressão também vem de fora. Biden expressou nesta segunda algumas de suas críticas mais contundentes a Netanyahu.
Diante da pergunta de um jornalista sobre se o dirigente israelense estava fazendo o suficiente para conseguir um acordo de liberação de reféns, Biden respondeu: "Não".
O governo trabalhista britânico, por sua vez, anunciou que suspenderá 30 das 350 licenças de exportação de armas para Israel, com base em um "risco claro" de que elas poderiam ser usadas com violações ao direito humanitário internacional.
- Ponto de inflexão?-
Em Tel Aviv, a manifestante Michal Hadas-Nahor explicou os motivos da greve.
"Estamos parando tudo para garantir que nossa voz seja ouvida, para dizer que não queremos fazer nada até que eles estejam aqui", disse, referindo-se aos dezenas de reféns ainda em poder do Hamas na Gaza.
Gil Dickmann, primo de Carmel Gat, um dos seis reféns cujas mortes foram anunciadas no domingo, disse que esperava que a greve fosse "um ponto de inflexão".
Os transportes públicos, geridos por empresas privadas, foram parcialmente afetados pela greve.
Um funcionário da seguridade social israelense que falou sob anonimato qualificou a greve como "escandalosa". "A Histadrut está se comportando como um órgão político e não como um sindicato de trabalhadores", afirmou.
Netanyahu prometeu no domingo "acertar contas" com o Hamas pela morte dos reféns.
Há meses, Catar, Egito e Estados Unidos, mediadores no conflito, tentam convencer Hamas e Israel a fechar um acordo de cessar-fogo que inclua a libertação de reféns e de palestinos detidos em prisões israelenses.
A guerra na Faixa de Gaza começou em 7 de outubro, quando um ataque de combatentes do Hamas em Israel causou a morte de 1.205 pessoas, na sua maioria civis, segundo um levantamento baseado em números oficiais israelenses.
Além disso, os combatentes islamistas sequestraram 251 pessoas: 97 continuam em cativeiro em Gaza e 33 morreram, segundo o Exército israelense.
Em resposta ao ataque, Israel prometeu destruir o Hamas e lançou uma vasta retaliação que já deixou 40.786 mortos na Gaza, segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, governada pelo Hamas.
- Vacinação contra a pólio -
Segundo o Ministério da Saúde israelense, os resultados da autópsia indicam que os reféns, cujos corpos foram recuperados no fim de semana, morreram por impactos de bala a curta distância entre quinta e sexta-feira.
No entanto, um membro do Hamas que falou sob condição de anonimato afirmou que vários reféns "morreram por disparos e bombardeios dos ocupantes" israelenses, e que alguns integravam a lista da organização de pessoas que seriam liberadas no contexto de um potencial acordo de cessar-fogo.
Em Gaza, começou uma campanha de vacinação contra a pólio, graças à implementação de "pausas humanitárias" entre às 6h e às 14h, durante três dias, em vários pontos do território palestino. O objetivo é imunizar mais de 640.000 crianças menores de 10 anos.
Por outro lado, Israel continua com sua operação militar na Cisjordânia, um território palestino separado da Faixa de Gaza e ocupado pelos israelenses desde 1967.
A operação começou na quarta-feira e, até agora, já resultou na morte de pelo menos 26 palestinos, em sua maioria combatentes, segundo o Ministério da Saúde palestino. Para o Exército israelense, todos eram "terroristas".
Tanto o Hamas quanto a sua aliada, Jihad Islâmica, outro grupo armado, declararam que pelo menos 14 dos mortos lutavam em suas fileiras.
J.Pereira--PC