Portugal Colonial - Diretor-geral da AIEA quer visitar Irã para 'diálogo construtivo' com novo presidente

Diretor-geral da AIEA quer visitar Irã para 'diálogo construtivo' com novo presidente
Diretor-geral da AIEA quer visitar Irã para 'diálogo construtivo' com novo presidente / foto: Joe Klamar - AFP

Diretor-geral da AIEA quer visitar Irã para 'diálogo construtivo' com novo presidente

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, espera visitar o Irã em breve para estabelecer um "diálogo construtivo" com o novo presidente, Masoud Pezeshkian, após constatar que Teerã segue expandindo seu programa nuclear, segundo relatórios consultados pela AFP nesta quinta-feira (29).

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Em um informe, Grossi afirmou "o desejo de visitar o Irã em breve para estabelecer um diálogo fluido e construtivo que leve a resultados concretos", após três anos de deterioração das relações entre a AIEA e a República Islâmica.

O diplomata argentino denuncia a falta de cooperação do Irã que, segundo outro relatório da agência nuclear das Nações Unidas, aumentou suas reservas de urânio enriquecido para 60% — um nível próximo dos 90% necessários para fabricar uma arma atômica — de 142,1 quilos em maio para 164,7 kg em 17 de agosto.

Esta quantidade seria suficiente para produzir mais de três bombas nucleares, segundo a definição da organização da ONU, embora Teerã rejeite qualquer intenção de possuir uma bomba atômica.

O Irã também aumentou as reservas de urânio enriquecido para 20%, de 751,3 kg para 813,9 kg.

Grossi visitou o Irã no início de maio, na sequência de preocupações crescentes sobre as intenções da República Islâmica no campo nuclear, em meio a um contexto geopolítico tenso.

Mas a morte do presidente iraniano Ebrahim Raisi em um acidente suspendeu as negociações.

Seu sucessor, Pezeshkian, eleito em julho, indicou que se reuniria com Grossi "no momento apropriado", segundo o relatório.

Os dados do documento confirmam que o Irã está cumprindo compromissos assumidos no acordo internacional de 2015 assinado com Estados Unidos, China, Rússia, França, Alemanha e Reino Unido.

O pacto procurou enquadrar suas atividades atômicas em troca de um levantamento progressivo das sanções internacionais impostas a Teerã.

Entretanto, o acordo começou a ruir em 2018, quando o então presidente dos EUA, Donald Trump, decidiu unilateralmente retirar o seu país do pacto.

Desde então, foram realizadas negociações para tentar revitalizá-lo, que terminaram em fracasso no verão boreal de 2022.

Além de expandir suas atividades nucleares, o Irã reduziu significativamente as inspeções da AIEA às suas instalações, desligou as câmeras de vigilância e determinou um grupo próprio de inspetores para continuar o trabalho.

Uma série de elementos que "prejudicam" a capacidade da AIEA de garantir a "natureza pacífica" do programa nuclear iraniano, ressalta o relatório, redigido antes da reunião do Conselho de Governadores da agência que começa em 9 de setembro em Viena, onde está localizada a sua sede.

B.Godinho--PC