Portugal Colonial - Blinken conclui viagem ao Oriente Médio sem progressos visíveis para trégua em Gaza

Blinken conclui viagem ao Oriente Médio sem progressos visíveis para trégua em Gaza
Blinken conclui viagem ao Oriente Médio sem progressos visíveis para trégua em Gaza / foto: Kevin MOHATT - POOL/AFP

Blinken conclui viagem ao Oriente Médio sem progressos visíveis para trégua em Gaza

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, concluiu nesta quarta-feira (21) uma viagem ao Oriente Médio sem conseguir progressos visíveis rumo a uma trégua em Gaza, embora tenha alertado Israel e o Hamas que a proposta dos EUA para um cessar-fogo poderia ser "a última oportunidade" para alcançar a paz.

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Esta foi a nona visita do secretário de Estado à região desde o início da guerra na Faixa de Gaza entre Israel e o Hamas, desencadeada por um ataque mortal sem precedentes perpetrado pelo movimento islamista em 7 de outubro no sul de Israel.

Os Estados Unidos acreditam que um cessar-fogo em Gaza ajudaria a evitar uma conflagração regional, incluindo um possível ataque a Israel por parte do Irã e dos seus aliados, como o Hezbollah libanês, em retaliação pelo assassinato do chefe do Hamas em 31 de julho em Teerã.

As negociações mediadas por Estados Unidos, Egito e Catar serão retomadas esta semana, depois de Washington ter apresentado uma proposta de trégua na sexta-feira durante um primeiro ciclo de discussões em Doha.

No terreno, três pessoas morreram em bombardeios noturnos em Gaza, segundo a Defesa Civil do território palestino.

Testemunhas relataram bombardeios em Khan Yunis, no sul, assim como em Jabaliya, no norte, e em Deir al Balah, no centro do enclave.

- Um morto no Líbano -

Uma criança morreu e sete pessoas ficaram feridas quando projéteis israelenses dispararam contra o acampamento de Jabaliya, segundo as equipes de resgate.

O Exército israelense indicou nesta quarta-feira que atacou "cerca de 30 alvos terroristas na Faixa de Gaza".

"Os soldados eliminaram dezenas de terroristas armados e desmantelaram grande parte da infraestrutura terrorista em Rafah", no sul, afirmou o Exército em um comunicado.

Os confrontos também continuam na fronteira entre o Líbano e Israel.

Um líder do partido Fatah – do presidente palestino Mahmoud Abbas – e uma fonte de segurança libanesa relataram a morte, nesta quarta-feira, de um oficial desse grupo em um ataque israelense a Sidon, no sul do Líbano.

O Exército israelense confirmou nesta quarta-feira que atacou o comandante Jalil al Maqdah, chefe do braço armado da Fatah no Líbano, a quem acusa de trabalhar para o Irã.

Este "assassinato" é "mais uma prova de que Israel quer desencadear uma guerra em grande escala na região", disse à AFP Tufiq Tirawy, membro do Comitê Central do Fatah em Ramallah, sede da Autoridade Palestina na Cisjordânia ocupada.

Nesta quarta-feira, o Ministério da Saúde libanês anunciou que os ataques israelenses deixaram pelo menos um morto e 19 feridos no leste do país, horas depois da morte de quatro pessoas em outros ataques no sul.

O Hezbollah assumiu a responsabilidade pelo lançamento de foguetes Katyusha contra várias posições militares no norte de Israel.

- Divergências -

"Isso é algo que tem que ser feito, e tem que ser feito nos próximos dias, e faremos tudo o que for possível para conseguir", disse Blinken sobre a proposta de trégua.

Os Estados Unidos apresentaram uma nova proposta nas negociações em Doha na semana passada entre Israel e os mediadores.

Blinken garantiu que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, aceitou o plano e pediu ao Hamas que fizesse o mesmo na terça-feira.

No entanto, de acordo com a imprensa israelense, Netanyahu insiste que Israel mantenha o controle do corredor de Filadélfia, uma faixa de 14 quilômetros ao longo da fronteira entre Gaza e o Egito.

Desde o início, foi dito "muito claramente que os Estados Unidos não aceitam uma ocupação de longo prazo de Gaza por Israel", disse Blinken, quando questionado sobre os supostos comentários de Netanyahu.

O Hamas disse desejar "chegar a um cessar-fogo", mas rejeitou as "novas condições" impostas por Israel à proposta dos EUA.

A guerra eclodiu em 7 de outubro, quando combatentes do Hamas lançaram um ataque que matou 1.199 pessoas no sul de Israel, a maioria civis, segundo um relatório da AFP baseado em números oficiais.

Também fizeram 251 reféns, dos quais 105 permanecem em Gaza, incluindo 34 considerados mortos, segundo o Exército.

A ofensiva israelense na Faixa de Gaza deixou pelo menos 40.223 mortos, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, que não detalha quantos são civis ou combatentes.

Segundo a ONU, a maioria dos mortos são mulheres e crianças.

O Exército israelense anunciou na terça-feira a recuperação dos corpos de seis reféns em uma operação em um túnel de Khan Yunis.

V.F.Barreira--PC