Portugal Colonial - Investigada na Espanha por suposta corrupção, esposa de Pedro Sánchez se recusa a depor

Investigada na Espanha por suposta corrupção, esposa de Pedro Sánchez se recusa a depor
Investigada na Espanha por suposta corrupção, esposa de Pedro Sánchez se recusa a depor / foto: Óscar del Pozo - AFP/Arquivos

Investigada na Espanha por suposta corrupção, esposa de Pedro Sánchez se recusa a depor

Begoña Gómez, a esposa do presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, recorreu, nesta sexta-feira (19), ao seu direito de não prestar depoimento a um juiz que a investiga por suposta corrupção e tráfico de influências, em um caso muito incômodo para o mandatário socialista.

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Ela chegou ao tribunal pouco antes das 10h (5h em Brasília), onde entrou pela garagem para driblar os jornalistas. Meia hora depois, Gómez saiu do edifício após se negar a depor, segundo disseram fontes judiciais à AFP.

“Esse procedimento carece de qualquer propósito no momento, sobretudo porque (...) os procedimentos realizados não trouxeram nada” contra o réu, disse seu advogado Antonio Camacho a jornalistas fora do tribunal.

“Não entendemos o que está guiando o tribunal de investigação nessa investigação expansiva, que está se tornando cada vez mais extensa”, continuou o advogado, que afirmou que nesse processo ‘as garantias’ de Gómez ‘não estão tão protegidas como deveriam estar em um Estado de Direito’.

A oposição, que direcionou seus ataques contra o Governo por esse assunto, não demorou a criticar a decisão de Gómez de não se explicar ante o tribunal.

"Begoña Gomézz se nega a depor no tribunal, assim como Sánchez se nega a depor no Congresso" sobre esse assunto, escreveu no X Miguel Tellado, porta-voz parlamentar do conservador Partido Popular, principal partido de oposição.

É "um autêntico insulto aos espanhóis e um ataque ao Poder Judiciário", disse, por sua vez, Jorge Buxadé, do partido de extrema direita Vox, terceira força política.

O governo de Pedro Sánchez saiu em defesa de Gómez.

"Begoña Gómez está sofrendo uma perseguição cruel, injusta, em um processo judicial recheado de mentiras, de insignificâncias, onde todos os relatórios e todos os depoimentos acreditam que não há nada e por isso a verdade ganhará e a Justiça prevalecerá e a causa será arquivada", afirmou o ministro da Justiça, Félix Bolaños.

Gómez estava inicialmente agendado para 5 de julho, mas a sessão foi adiada naquele dia quando a defesa reclamou que não havia sido notificada de uma das reclamações e pediu tempo para estudá-la.

Gómez, que é especialista em captação de recursos, especialmente para fundações e ONGs, é suspeita de ter se aproveitado da posição do marido em seus relacionamentos profissionais, especialmente com Juan Carlos Barrabés, um empresário espanhol que obteve ajuda pública.

A investigação foi aberta após uma denúncia da Manos Limpias, um grupo próximo à extrema direita, que reconheceu ter se baseado exclusivamente em artigos da imprensa. Uma segunda associação, Hazte oír, juntou-se posteriormente ao caso.

Na segunda-feira, perante o juiz Juan Carlos Peinado, Barrabés - que leciona em um curso de mestrado na Universidade Complutense de Madri, dirigido por Gómez - admitiu ter se encontrado com ela cinco ou seis vezes em Moncloa, sede da presidência do governo, duas delas na presença de Sánchez.

O empresário, que obteve cartas de recomendação de Gómez para participar de licitações no valor de vários milhões de euros, garantiu, no entanto, que essas reuniões se limitaram a questões de inovação, de acordo com fontes próximas ao caso.

C.Cassis--PC