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Bombardeios israelenses castigam Gaza antes de novas negociações por uma trégua
A Faixa de Gaza sofreu bombardeios mortais e combates entre tropas israelenses e milicianos do Hamas seguem ocorrendo, no dia em que a guerra completa nove meses e antes de uma nova tentativa dos mediadores de alcançar uma trégua.
Israel enviará uma delegação ao Catar nos próximos dias para continuar as negociações indiretas por um cessar-fogo, mas o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu indicou que ainda existem diferenças para alcançar um acordo com o Hamas, que governa Gaza desde 2007.
O Crescente Vermelho Palestino relatou neste domingo (7) que seis pessoas, incluindo duas crianças de três e quatro anos, morreram em um bombardeio israelense contra uma casa em Zawaida, no centro da Faixa de Gaza. No norte do território, três pessoas foram mortas em um ataque contra uma residência, de acordo com equipes de resgate e a Defesa Civil.
O campo de refugiados de Nuseirat, que teve uma escola administrada pela ONU atingida no sábado, resultando em 16 mortes, segundo o governo do Hamas, continua sob fogo israelense.
Israel informou que seus aviões atacaram "vários terroristas" na "área da escola Al Jauni" em Nuseirat no sábado.
Os três países mediadores — Catar, Estados Unidos e Egito — iniciaram um novo esforço para alcançar um cessar-fogo, com negociações indiretas entre as partes. Durante nove meses de guerra, os combates em Gaza só foram interrompidos por uma semana no final de novembro.
Os diplomatas também estão conduzindo diálogos no Egito, conforme relatado pela Al Qahera News, um meio próximo aos serviços de inteligência egípcios.
Desde então, as mediações têm esbarrado em demandas incompatíveis entre ambos os lados.
Netanyahu afirma que o conflito continuará até "a destruição do Hamas e a libertação de todos os reféns".
O Hamas exige, por sua vez, um cessar-fogo permanente e a retirada total das tropas israelenses do território palestino.
O governo israelense enfrenta pressões internas e novos protestos foram convocados para este domingo exigindo o retorno dos reféns.
- Condições "desastrosas" -
O conflito começou em 7 de outubro, quando milicianos islamistas mataram 1.195 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251 no sul de Israel, segundo dados oficiais israelenses citados pela AFP.
Os militares estimam que 116 pessoas permanecem detidas em Gaza, 42 das quais teriam morrido.
Em resposta, Israel lançou uma ofensiva no território palestino que resultou na morte de 38.153 pessoas, também em sua maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza.
A ONU alertou para as condições "desastrosas" em que vivem os 2,4 milhões de habitantes da Faixa, sem água nem comida devido ao cerco imposto por Israel. Além disso, 80% da população foi deslocada pelo conflito e há relatos de mortes por desnutrição.
"É uma situação muito difícil", disse Muhamad Salha, diretor interino do hospital Al Awda, em Jabalia. "Não há combustível no hospital. Só conseguimos manter o gerador funcionando por duas horas por dia e tivemos que adiar muitas operações por falta de combustível", relatou o médico.
A Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA) informou no sábado que dois de seus funcionários morreram em al Bureij. A agência, que coordena grande parte da ajuda para Gaza, relatou que 194 de seus funcionários morreram durante o conflito.
Um correspondente da AFP relatou que há bombardeios com drones no bairro de Shujaiya, na Cidade de Gaza, e os combates terrestres continuam em várias áreas que Israel afirma estar sob seu controle.
O Exército israelense relatou que suas tropas "eliminaram vários terroristas, desmantelaram infraestruturas terroristas e encontraram várias armas, incluindo explosivos, rifles AK-47, metralhadoras e pistolas" em Shujaiya.
Além disso, informou que bombardeou um prédio usado pelo Hamas em Khan Yunis.
A guerra em Gaza aumenta a preocupação internacional pelo risco de que o conflito se estenda até a fronteira norte de Israel, onde confrontos de artilharia entre o Exército e o movimento libanês Hezbollah são diários.
Sirenes antiaéreas soaram no norte de Israel e o Exército registrou uma bateria de 20 foguetes, alguns dos quais foram interceptados pelos sistemas de defesa.
G.M.Castelo--PC