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Iranianos definem presidente entre reformista e ultraconservador
Quase 61 milhões de iranianos estão registrados para comparecer às urnas nesta sexta-feira (5) para o segundo turno das eleições presidenciais, uma disputa entre o deputado reformista Masud Pezeshkian e o candidato ultraconservador Said Jalili para substituir o presidente Ebrahim Raisi, que morreu em um acidente de helicóptero em maio.
O líder supremo da República Islâmica, o aiatolá Ali Khamenei, a principal autoridade do país, votou pouco depois da abertura das seções eleitorais, às 8H00 locais (1H30 de Brasília).
As eleições, antecipadas após a morte do presidente ultraconservador Ebrahim Raisi em um acidente de helicóptero em 19 de maio, acontecem em um cenário de descontentamento da população com a crise econômica, consequência da pressão das sanções ocidentais.
A votação é acompanhada de perto pela comunidade internacional devido às tensões no Oriente Médio com a guerra em Gaza e a disputa do Irã com os países ocidentais por seu programa nuclear.
A taxa de participação no primeiro turno, na semana passada, foi de apenas 39,92%, o menor nível nos 45 anos da República Islâmica.
No primeiro turno, Pezeshkian, o único reformista que teve a candidatura autorizada, recebeu 42,4% dos votos, contra 38,6% de Jalili.
Pezeshkian é um médico de origem azeri, de 69 anos, que afirma sua lealdade à República Islâmica, mas defende uma aproximação entre o Irã e os países ocidentais, com os Estados Unidos à frente, para acabar com as sanções que afetam a economia.
Ele tem o apoio de vários ex-presidentes, como o reformista Mohammad Khatami e o moderado Hassan Rohani.
Jalili, de 58 anos, é conhecido por ser partidário de uma política inflexível diante das potências ocidentais, uma posição que demonstrou quando foi o negociador do programa nuclear iraniano.
Ele recebeu, entre outros, o apoio do presidente do Parlamento, Mohammad-Bagher Ghalibaf, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno, com 13,8% dos votos.
Khamenei pediu uma participação maior no segundo turno.
"O segundo turno das eleições presidenciais é muito importante", disse o aiatolá em um vídeo exibido pela televisão estatal na quarta-feira.
Khamenei admitiu que a participação "não foi a esperada" no primeiro turno, mas afirmou que este comportamento não representa um ato "contra o sistema".
As eleições presidenciais estavam programadas inicialmente para 2025, mas foram antecipadas pela morte de Raisi.
Os candidatos que disputam o segundo turno participaram de dois debates, nos quais apresentaram suas visões sobre os problemas econômicos, as relações internacionais, a baixa participação eleitoral e as restrições à internet.
Os dois expressaram preocupação com a baixa participação no primeiro turno.
Pezeshkian afirmou que a população está "cansada de suas condições de vida (...) e insatisfeita com a gestão do governo".
P.Queiroz--PC