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Boris Johnson tenta socorrer os conservadores diante da provável derrota para os trabalhistas
Os conservadores, em uma tentativa desesperada de conseguir mais votos nas eleições britânicas de quinta-feira (4) diante dos trabalhistas, que têm grande vantagem nas pesquisas, receberam na terça-feira o apoio do ex-primeiro-ministro Boris Johnson, em sua primeira aparição na campanha.
Os conservadores e seu atual primeiro-ministro, Rishi Sunak, que é candidato a permanecer no cargo, insistiram nos últimos dias em um discurso de que o país deve evitar a maioria absoluta do Partido Trabalhista, liderado por Keir Starmer.
"Se realmente querem impostos mais elevados (...) se querem uma imigração fora de controle e se querem curvar-se desnecessariamente diante de Bruxelas (União Europeia), votem no Partido Trabalhista na quinta-feira", afirmou Johnson em um comício de Sunak na terça-feira à noite em Londres.
O ex-primeiro-ministro, que nunca teve uma grande relação com Sunak, segundo a imprensa britânica, pediu votos para o colega de partido, em uma tentativa de evitar uma catástrofe para os conservadores.
"Se querem proteger a nossa democracia e a nossa economia, e manter este país forte no exterior (...) então já sabem o que fazer, votem no Partido Conservador na quinta-feira", acrescentou o ex-chefe de Governo.
- "Família conservadora unida" -
Johnson, um dos cinco primeiros-ministros conservadores nos 14 anos que o partido está no poder, é uma figura popular entre os eleitores 'tories', que poderiam optar desta vez por um Partido Trabalhista que fez uma guinada para o centro sob a liderança de Starmer ou pelo partido de extrema direita 'Reform UK', de Nigel Farage.
Chefe de Governo a partir de 2019, Johnson teve que renunciar em 2022 após uma série de escândalos, incluindo festas na residência oficial do primeiro-ministro durante a pandemia de covid.
"Não é fantástico que nossa família conservadora esteja unida?", declarou durante o evento Rishi Sunak, terceiro primeiro-ministro britânico em apenas dois anos.
O Partido Conservador, com disputas internas e envolvido em uma profunda crise, tentou nos últimos dias conquistar mais votos para evitar uma derrota histórica.
O Brexit em 2020 e suas consequências para a economia britânica, a covid e o aumento do custo de vida parecem anular qualquer possibilidade de vitória conservadora.
"Acabou. Devemos nos preparar para a realidade e a frustração de estar na oposição", escreveu Suella Braverman, ex-ministra conservadora do Interior, em um artigo publicado no jornal Daily Telegraph. "A votação de quinta-feira visa agora alcançar uma oposição suficientemente forte", acrescentou.
- Pessimismo conservador -
O pessimismo dominou os conservadores, que agora almejam a menor derrota possível, quando as pesquisas indicam que os trabalhistas devem conquistar a maioria absoluta na votação de quinta-feira, que definirá as 650 cadeiras da Câmara dos Comuns.
"Se olharmos para as pesquisas, é bastante claro que os trabalhistas estão a caminho de uma vitória em uma escala que provavelmente nunca foi observada antes neste país", afirmou o ministro do Trabalho, Mel Stride.
Rishi Sunak, em seu último dia de campanha no sudeste da Inglaterra, tentará conquistar votos nesta quarta-feira para evitar a "super maioria" dos trabalhistas, como deu a entender nas redes sociais.
Keir Starmer percorrerá várias regiões do país no último dia de campanha, primeiro em Gales e depois na Escócia, para terminar no centro da Inglaterra.
"Devemos continuar levando nossa mensagem de mudança. Ainda há muitos eleitores indecisos em todo o país", declarou à BBC o coordenador da campanha trabalhista, Pat McFadden.
F.Moura--PC