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Dois candidatos ultraconservadores desistem da eleição presidencial no Irã
Dois candidatos ultraconservadores desistiram nesta quinta-feira (27) da eleição presidencial no Irã, o que deixa apenas quatro aspirantes na disputa pelo cargo na votação marcada para sexta-feira (28).
O prefeito de Teerã, Alireza Zakani, anunciou na rede social X que não disputará as eleições. Alguns minutos antes, o Ministério do Interior informou que Amir Hossein Ghazizadeh Hashemi também desistiu da campanha.
Os iranianos devem comparecer às urnas na sexta-feira para uma eleição inicialmente prevista para 2025, mas antecipada após a morte do presidente Ebrahim Raisi, vítima de um acidente de helicóptero em 19 de maio.
As eleições acontecem em um momento delicado para a República Islâmica, que precisa administrar, ao mesmo tempo, tensões internas e crises geopolíticas, como a guerra de Gaza e seu programa nuclear. E tudo isso a apenas cinco meses da eleição presidencial nos Estados Unidos, grande inimigo de Teerã.
Segundo as pesquisas, os dois candidatos que abandonaram a disputa estavam muito atrás dos outros aspirantes nas intenções de voto.
Em sua mensagem, o prefeito da capital iraniana fez um apelo aos dois candidatos conservadores mais bem posicionados nas pesquisas, o ex-negociador nuclear Said Jalili e o presidente do Parlamento Mohammad Bagher Ghalibaf, para que estabeleçam uma união que represente "as forças revolucionárias" da República Islâmica.
Hashemi, ex-vice-presidente de Raisi, também justificou a desistência por sua vontade de "preservar a unidade das forças da revolução".
Jalili e Ghalibaf enfrentam o candidato reformista, o deputado Masud Pezeshkian, um dos favoritos para as eleições, que recebeu apoio das principais forças moderadas.
O quarto candidato é Mostafa Purmohammadi, ex-ministro do Interior e da Justiça.
Se nenhum candidato conseguir mais da metade dos votos, o Irã terá segundo turno na sexta-feira seguinte, 5 de julho.
No Irã, o presidente tem poderes limitados e é responsável por aplicar as grandes linhas políticas definidas pelo guia supremo, o aiatolá Ali Khamenei, de 85 anos e que está no poder desde 1989.
F.Carias--PC