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Primeiro contingente de policiais quenianos chega ao Haiti para missão de segurança
Um primeiro contingente de policiais quenianos chegou nesta terça-feira (25) a Porto Príncipe, no âmbito de uma missão internacional para restaurar a segurança no Haiti, um país abalado pela violência de gangues.
Um avião da companhia aérea nacional Kenya Airways pousou pouco antes das 14h GMT (11h em Brasília) no aeroporto da capital haitiana com policiais a bordo.
O avião decolou de Nairóbi na noite de segunda-feira (24), depois de o presidente queniano, William Ruto, ter visitado os agentes antes da partida.
"Esta missão é uma das mais urgentes, importantes e históricas da história da solidariedade global", declarou o chefe de Estado em cerimônia realizada a portas fechadas, segundo o gabinete presidencial.
O Quênia propôs enviar mil agentes policiais ao Haiti para esta missão, cuja duração inicial será de um ano e na qual Bangladesh, Benin, Chade, Bahamas e Barbados se comprometeram a participar.
O destacamento desta força, aprovado por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU em outubro, foi duramente criticado no Quênia.
Nesta terça, o país africano enfrenta uma situação caótica na capital Nairóbi, onde pelo menos cinco pessoas morreram e 31 ficaram feridas durante protestos contra o governo, de acordo com várias ONGs.
- Tarefa árdua -
A violência causou uma grave crise humanitária no Haiti, onde o número de deslocados internos aumentou 60% desde março e chega a quase 600.000 pessoas, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
A missão apoiada pela ONU, na qual os Estados Unidos estão estreitamente envolvidos do ponto de vista logístico, mas sem contribuir com tropas, visa apoiar a polícia haitiana na luta contra as gangues.
O presidente americano, Joe Biden, celebrou nesta terça-feira a chegada do contingente queniano.
"Com o firme apoio dos Estados Unidos, as forças quenianas (...) chegaram ao Haiti, dando início a um esforço que fornecerá um alívio muito necessário aos haitianos", declarou em comunicado.
Biden se mostrou "muito agradecido aos países que prometeram seu apoio com pessoal e recursos financeiros para esta missão" e lembrou que os Estados Unidos são o país que forneceram mais dinheiro com "mais de 300 milhões de dólares (1,6 bilhão de reais)" em fundos e "até 60 milhões de dólares (325 milhões de reais) em material".
O primeiro-ministro interino Garry Conille escreveu na rede social X que o Haiti "espera que esta missão multinacional seja a última a contribuir para estabilizar o país, para que possa renovar o seu pessoal político e retomar uma democracia efetiva".
A tarefa dos integrantes da missão internacional no Haiti se apresenta muito complicada.
O país sofre de instabilidade política crônica há décadas e, nos últimos meses, enfrentou uma intensificação da violência de gangues, que controlam 80% da capital, Porto Príncipe.
A situação deteriorou-se no final de fevereiro, quando grupos armados lançaram ataques coordenados em Porto Príncipe para derrubar o então primeiro-ministro Ariel Henry.
Desde então, as autoridades de transição, incluindo o primeiro-ministro interino, foram designadas com a tarefa de restaurar a estabilidade.
Os haitianos foram às urnas pela última vez em 2016.
G.Teles--PC