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Trump ganha recepção calorosa de congressistas republicanos ao retornar a Washington
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu uma calorosa recepção dos congressistas republicanos nesta quinta-feira (13) ao retornar a Washington após sua histórica condenação penal em Nova York por ocultar pagamentos para comprar o silêncio de uma ex-atriz pornô.
O candidato republicano, que está empatado nas pesquisas com o presidente democrata Joe Biden para as eleições de novembro, agradeceu aos congressistas que antecipadamente cantaram "parabéns pra você" em um clube privado perto do Capitólio. O magnata completará 78 anos nesta sexta-feira.
Este foi o primeiro encontro de Trump com congressistas no Capitólio desde que deixou a Casa Branca em 2021 e sua primeira viagem a Washington desde que foi considerado culpado por 34 crimes graves de falsificação de documentos contábeis no mês passado em Nova York.
De acordo com meios de comunicação americanos que citaram pessoas presentes ao encontro, Trump chamou a atenção dos republicanos que votaram para destituí-lo em um processo político após o ataque de 2021 ao Capitólio. Ele também atacou o Departamento de Justiça, chamando seus integrantes de "bastardos sujos e maus".
"Ótima reunião com congressistas republicanos. Muitos assuntos foram discutidos, tudo positivo, ótimos números nas pesquisas!", publicou Trump em sua rede, Truth Social.
O republicano, que planeja falar com senadores e líderes empresariais ainda nesta quinta-feira, atribuiu a si mesmo o mérito de encerrar em 2022 à proteção federal ao acesso ao aborto pela Suprema Corte e criticou a política externa de Biden.
Desde sua condenação, os republicanos têm se unido em torno de Trump, que enfrenta mais de 50 acusações criminais, e muitos congressistas têm criticado o sistema judicial que, segundo eles, é tendencioso contra os conservadores.
O presidente da Câmara dos Deputados, o republicano Mike Johnson, acusou os democratas de estarem por trás dos dois casos criminais federais e dos dois estaduais contra Trump.
"Ele arrecadou 53 milhões de dólares [R$ 286 milhões] nas primeiras 24 horas após o veredicto nesse julgamento terrível e falso em Manhattan. E acho que isso mostra que as pessoas entendem o que está acontecendo aqui", disse Johnson a repórteres após a reunião.
Os membros do partido na Câmara dos Deputados enfrentam uma batalha árdua para defender sua maioria na Câmara baixa nas eleições de novembro e também estão confiantes em tirar a estreita maioria dos democratas no Senado.
Vários senadores de centro afirmaram que não iriam comparecer à reunião, mas o líder da minoria, Mitch McConnell, que não falava com Trump desde que o repreendeu no plenário do Senado pela insurreição de 2021, disse que estaria presente.
- "É uma fraude" -
Trump foi processado pelo Congresso por supostamente incitar o ataque cometido por milhares de seus apoiadores que invadiram o Capitólio com a intenção de impedir a transferência pacífica do poder para Biden, que derrotou seu antecessor por mais de sete milhões de votos.
O republicano enfrenta processos judiciais federais e estaduais por seu suposto papel em uma conspiração para anular sua derrota, que resultou na insurreição.
"As pessoas estão vendo isso... É uma ameaça ao nosso sistema judicial e querem retaliar", disse Johnson. "De muitas maneiras, o presidente Trump se tornou um símbolo desse impulso contra a corrupção, o Estado profundo, o uso do sistema judicial como uma arma, e isso é muito encorajador", acrescentou.
Até agora, os republicanos, com uma maioria muito apertada na Câmara dos Deputados, fracassaram em seus esforços para destituir Biden: uma investigação por corrupção não encontrou evidências de irregularidades contra o democrata e o Congresso não conseguiu deter os processos criminais contra Trump.
O ex-presidente também pretende apresentar, em uma reunião do grupo Washington Business Roundtable, seus argumentos a favor de um maior envolvimento dos empresários, caso vença as eleições.
Por sua vez, a equipe de campanha de Biden aproveitou para emitir um comunicado contra Trump, no qual compara as perdas maciças de empregos do republicano durante a pandemia com a recuperação econômica sob o mandato do democrata.
"Donald Trump não poderia administrar nem mesmo uma barraca de limonada, muito menos nosso país. Ele é uma fraude, um sem-vergonha e um empresário e presidente fracassado que deixou os Estados Unidos na ruína econômica", disse um porta-voz.
R.Veloso--PC