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G7 chega a acordo sobre ambicioso plano de ajuda financeira à Ucrânia
Os líderes das sete democracias mais ricas do mundo chegaram a um "acordo político" nesta quinta-feira (13), na Itália, para um crédito de 50 bilhões de dólares (quase 270 bilhões de reais) para a Ucrânia, financiado com os ativos russos bloqueados pelo Ocidente.
Os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da França, Emmanuel Macron, assim como os primeiros-ministros do Canadá (Justin Trudeau), Reino Unido (Rishi Sunak), Japão (Fumio Kishida) e Alemanha (Olaf Scholz) foram recebidos pela anfitriã, a primeira-ministra da Itália Giorgia Meloni, para a tradicional foto de família no resort de luxo de Borgo Egnazia, na região da Apúlia, sul da Itália.
O plano para a Ucrânia pretende utilizar os juros gerados pelos quase 300 bilhões de euros (325 bilhões de dólares, 1,75 trilhão de reais) de ativos russos congelados pelos aliados ocidentais após a invasão de fevereiro de 2022, como garantia para conceder um crédito de 50 bilhões de dólares ao país em guerra.
"Temos um acordo político no mais alto nível para este acordo. E são 50 bilhões de dólares este ano que serão comprometidos com a Ucrânia", disse uma fonte do governo americano que pediu anonimato.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, chegou nesta quinta-feira à Itália, onde tem várias reuniões programadas com os líderes do grupo.
O plano é complexo e ainda restam dúvidas sobre o que aconteceria se os ativos russos fossem liberados, no caso de um hipotético acordo com a Rússia, ou quem assumiria o risco em caso de não pagamento.
Antes de sua chegada, Zelensky anunciou nas redes sociais que a Ucrânia assinará acordos de segurança com Estados Unidos e Japão na Itália e que espera "decisões importantes" na reunião de cúpula.
A outra grande questão que será debatida em Apúlia é como alcançar uma trégua na guerra da Faixa de Gaza entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas.
Os líderes do G7 anunciaram apoio a uma proposta de trégua de Biden, que prevê a libertação dos reféns sequestrados pelo Hamas em Israel no ataque de 7 de outubro.
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A primeira-ministra italiana, cujo país ocupa a presidência rotativa do G7, também convidou vários governantes de países que não pertencem ao grupo, incluindo os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Argentina, Javier Milei.
O G7 tem "um papel insubstituível na gestão das crises globais, em particular aquelas que continuam colocando em risco nossa liberdade e nossa democracia", afirmou Meloni na abertura da cúpula.
Na sexta-feira (14), Milei tem em sua agenda reuniões bilaterais com Meloni e o presidente francês, bem como com o diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, Ajay Banga.
Nas sessões temáticas e nas várias reuniões bilaterais previstas, os líderes devem abordar outras questões, começando pelas tensões com a China, uma das principais bases de apoio da Rússia.
Estados Unidos e Europa acusam Pequim de inundar os mercados com produtos subsidiados de baixo preço, em particular carros elétricos.
A lista de convidados também inclui o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, o rei Abdullah II da Jordânia e o secretário-geral da ONU, António Guterres.
Mas talvez um dos convidados mais inesperados seja o papa Francisco, de 87 anos, que desta vez vem não participará do evento apenas como líder espiritual, mas também para dar uma palestra na sexta-feira sobre Inteligência Artificial e "algorética" (a ética dos algoritmos), uma questão que preocupa o Vaticano.
O papa também tem previsto um encontro privado com Lula.
A reunião de cúpula acontece em Borgo Egnazia, um resort exclusivo que fica 60 quilômetros a sul de Bari, a capital regional, totalmente afastado do mundo exterior e também dos jornalistas.
O complexo hoteleiro, que imita a arquitetura italiana como se fosse um parque temático, é o favorito de Madonna em suas viagens à Itália e, entre outros serviços, tem um restaurante com estrela no guia Michelin.
G.Teles--PC