Portugal Colonial - Caracas nomeia novo ministro do Serviço Penitenciário após protestos em prisões

Caracas nomeia novo ministro do Serviço Penitenciário após protestos em prisões
Caracas nomeia novo ministro do Serviço Penitenciário após protestos em prisões / foto: YURI CORTEZ - AFP

Caracas nomeia novo ministro do Serviço Penitenciário após protestos em prisões

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, nomeou, nesta terça-feira (11), o novo ministro do Serviço Penitenciário em meio à greve de fome iniciada no domingo em cerca de 16 prisões do país.

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"Designei Julio García Zerpa como novo Ministro do Poder Popular para o Serviço Penitenciário para continuar promovendo um sistema adaptado aos novos tempos, seguro, estável e com respeito aos Direitos Humanos", informou Maduro em mensagem na rede social X.

García Zerpa é também advogado e deputado.

"Agradeço à Vice-almirante Celsa Bautista por seu importante trabalho à frente deste ministério", acrescentou sobre a ministra que deixa o cargo.

A destituição de Bautista, que ocupava o posto desde fevereiro de 2023, ocorre em meio a uma greve de fome em cerca de 16 dos 80 centros penitenciários da Venezuela "para exigir o respeito às garantias judiciais" dos detentos, segundo a ONG Observatório Venezuelano das Prisões (OVP).

A organização não especificou quantos presidiários aderiram ao protesto.

Na segunda-feira, sem mencionar a greve de fome, a ministra anunciou o início de uma "abordagem jurídica" no Internado Judicial Rodeo III, no estado de Miranda (centro), um dos presídios mobilizados.

Segundo o OVP, os presos exigem a "atualização oportuna de suas contagens, a concessão de medidas humanitárias, transferências para as prisões de origem e a cessação dos planos de internação promovidos pelo Ministério — Penitenciário — que, em sua opinião, não proporcionaram nenhuma solução para sua situação jurídica". Defendem, ainda, o respeito às reduções de pena, que afirmam não ter sido cumprido.

Os detentos denunciam a morosidade processual do sistema e supostos maus-tratos por parte dos funcionários, bem como a "insuficiência alimentar" e a superlotação geral, estimada em 200%.

De acordo com dados oficiais, a população carcerária na Venezuela é estimada em cerca de 54 mil presos.

Várias das prisões que aderiram à greve de fome passaram por intervenções do governo em 2023, que tinham o objetivo de acabar com "as máfias prisionais na Venezuela" dedicadas à extorsão, ao tráfico de drogas e de seres humanos.

R.J.Fidalgo--PC