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Benny Gantz, membro do gabinete de guerra de Israel, renuncia ao governo
Benny Gantz, membro do gabinete de guerra israelense liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, anunciou neste domingo (9) sua renúncia do governo, devido às discordâncias com o premiê sobre o pós-guerra em Gaza.
"[Benjamin] Netanyahu está nos impedindo de avançar para uma vitória real. E é por isso que deixamos o governo de emergência, com o coração apertado", disse Gantz, de 65 anos, durante um discurso em tom solene transmitido pela televisão.
"Faço um apelo a Netanyahu: estabeleça uma data acordada para as eleições. Não deixe que nosso povo se despedace", acrescentou.
Ministro sem pasta no contexto de um governo ampliado após o ataque do movimento islamista palestino Hamas em 7 de outubro ao sul de Israel, Gantz, líder do partido União Nacional (centro), deu um ultimato a Netanyahu em 18 de maio.
Outro membro do partido de Gantz, Gadi Eisenkot, também deixou o gabinete de guerra, que passou a ter apenas três membros. O órgão toma as principais decisões sobre o conflito.
Gantz, que já ocupou o cargo de ministro da Defesa, exigia que o gabinete de guerra adotasse um "plano de ação" sobre a questão do pós-guerra na Faixa de Gaza, sem o qual ele se veria "obrigado a renunciar ao governo". Ele havia estabelecido 8 de junho como prazo limite.
Gantz é visto como favorito para formar um governo de coalizão, se o governo do conservador Benjamin Netanyahu cair e eleições antecipadas forem convocadas.
As renúncias não colocam em risco o governo, uma coalizão que inclui partidos religiosos e ultranacionalistas, mas representam um golpe político para Netanyahu, oito meses após o início da guerra contra o Hamas em Gaza.
Minutos após o anúncio, Netanyahu instou Gantz a não "abandonar" a batalha.
"Israel está envolvido em uma guerra existencial em várias frentes. Benny, não é o momento de abandonar a batalha, é momento de unir nossas forças", escreveu o primeiro-ministro na rede social X.
Gantz havia anunciado que daria uma coletiva de imprensa no sábado à noite, mas o evento foi cancelado após o Exército israelense anunciar a libertação de quatro reféns durante uma operação militar no centro de Gaza.
O Ministério da Saúde do governo do Hamas informou que pelo menos 274 pessoas morreram durante a investida.
"Ainda há muitos reféns que não conseguimos trazer de volta para casa. Isso também é minha responsabilidade", lamentou Gantz em seu discurso na televisão.
M.A.Vaz--PC