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Premiê britânico almeja reduzir distância para trabalhistas no primeiro debate
O primeiro-ministro britânico, o conservador Rishi Sunak, e o líder trabalhista, Keir Starmer, participam nesta terça-feira (4) do primeiro debate na televisão, um mês antes das eleições legislativas de 4 de julho, com o partido de oposição em grande vantagem nas pesquisas.
Este primeiro encontro presencial entre os dois, no canal privado ITV, às 21h locais (17h no horário de Brasília), constitui uma boa oportunidade para os conservadores mudarem as intenções de voto, que são muito desfavoráveis para eles.
Para os conservadores, desgastados após 14 anos de poder, esta é uma das últimas oportunidades para mudar as intenções de voto ou, pelo menos, reduzir a desvantagem.
Nas pesquisas mais recentes, os trabalhistas têm quase 45% das intenções de voto, mais que o dobro dos 20% registrados pelos conservadores.
Segundo a imprensa britânica, os conservadores, ao perceberem a grande diferença nas pesquisas, tentaram pressionar Starmer a participar de seis debates, o que teria sido um recorde, mas os trabalhistas aceitaram apenas dois.
A emissora pública BBC organizará o segundo debate entre Sunak e Starmer, em Nottingham, centro da Inglaterra, em 26 de junho.
Em uma tentativa desesperada de reduzir a diferença, os conservadores parecem ter orientado a campanha para posições ainda mais de direita, em particular no tema imigração.
Na véspera do debate, Sunak anunciou um plano para reduzir progressivamente as cotas de vistos de trabalho e reuniões familiares concedidos a cada ano país.
"Os conservadores são o único partido que deseja adotar as medidas corajosas necessárias para reduzir os números da imigração", disse o primeiro-ministro de 44 anos.
Também prometeu restabelecer uma forma de serviço nacional obrigatório para os jovens de 18 anos e modificar a lei britânica de igualdade para que apenas o sexo biológico determine quem será autorizado a utilizar os espaços diferenciados por gênero.
- Starmer se movimenta para o centro -
Os conservadores parecem temer que o partido de extrema direita 'Reform UK' retire alguns votos da legenda.
"Uma das principais razões pelas quais os conservadores apresentam resultados tão ruins nas pesquisas é uma hemorragia entre seus eleitores que optam pelo partido 'Reform UK'", que aparece com quase 15%, explica Matthew Smith, do instituto internacional de pesquisa de mercado e análise de dados YouGov.
O líder do Reform UK, o populista Nigel Farage, um dos impulsionadores do Brexit, anunciou nesta segunda-feira que se candidatará às eleições, pouco mais de uma semana depois de ter dito que não o faria.
Após o seu anúncio, Farage, de 60 anos e que diz ser amigo do ex-presidente dos EUA Donald Trump, lançou oficialmente nesta terça-feira a sua campanha em Clacton on Sea, círculo eleitoral ao qual concorre, afirmando sob aplausos de apoiadores que quer liderar um "exército popular contra o establishment".
Uma mulher jogou o líquido de seu copo na jaqueta de Farage quando o líder reformista do Reino Unido deixou um pub onde atendeu à imprensa.
Starmer, 61 anos, levou os trabalhistas para correntes mais centristas, depois de suceder em 2020 o esquerdista Jeremy Corbyn, obrigado a deixar a liderança da legenda após uma dura derrota nas eleições de 2019.
Neste sentido, na segunda-feira, Starmer comprometeu-se a manter a dissuasão nuclear e afirmou que a segurança nacional é "a questão mais importante da nossa época".
O líder da oposição enfatizou que o partido mudou em comparação ao período de seu antecessor, Jeremy Corbyn, que se mostrou favorável ao desarmamento nuclear.
"Este Partido Trabalhista está totalmente comprometido com a segurança da nossa nação, com as nossas Forças Armadas e, em particular, com a nossa dissuasão nuclear", disse Starmer.
C.Cassis--PC