Portugal Colonial - Zelensky pressiona a UE por negociações de adesão, ante oposição da Hungria

Zelensky pressiona a UE por negociações de adesão, ante oposição da Hungria

Zelensky pressiona a UE por negociações de adesão, ante oposição da Hungria

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky instou os governantes da União Europeia (UE) nesta quinta-feira (14), reunidos em uma cúpula em Bruxelas, a autorizar o início das negociações para a adesão de seu país ao bloco e lhes advertiu que não é momento para dúvidas.

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Zelensky advertiu que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, se aproveitaria de um eventual fracasso da cúpula.

"Não deem a ele (Putin) sua primeira - e única - vitória deste ano", pediu.

Os dirigentes da UE iniciaram uma difícil cúpula para, entre outros temas, decidir sobre o início de eventuais negociações de adesão da Ucrânia, embora a Hungria tenha se distanciado.

Ao chegar à sede da reunião, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, afirmou de maneira direta que a UE não pode iniciar negociações de adesão com a Ucrânia agora.

"Não há razões para discutir nada, porque as condições prévias (impostas à Ucrânia) não foram cumpridas (...) Não estamos em posição de começar a negociar", declarou.

Orban disse que "será necessário voltar ao tema mais tarde, retornar quando as condições forem cumpridas".

Durante a reunião, os líderes europeus devem apoiar um relatório da Comissão Europeia (o Executivo da UE) que recomenda o início de negociações formais de adesão com Ucrânia e Moldávia.

Além da ampliação do bloco, os governantes europeus devem aprovar um grande pacote de ajuda financeira à Ucrânia de 50 bilhões de euros (mais de 54 bilhões de dólares, 265 bilhões de reais).

A discussão acontece no momento em que aumentam as dúvidas sobre a continuidade do apoio das potências ocidentais à Ucrânia em sua guerra contra a invasão da Rússia, que começou em fevereiro de 2022.

Em sua chegada à reunião em Bruxelas, o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, disse que o apoio do bloco à Ucrânia é uma "questão existencial".

"Penso que a Ucrânia fez um trabalho incrível para cumprir as condições que foram apresentadas".

- Unidade europeia em jogo -

O bloqueio da Hungria à abertura de negociações com a Ucrânia lançou uma densa nuvem de incerteza sobre a cúpula, além de uma forte pressão sobre os líderes.

Em uma carta a Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, Orban chegou a pedir formalmente que a questão da Ucrânia fosse retirada da agenda da reunião, para evitar que a falta de consenso provocasse o fracasso do encontro.

No entanto, na tarde de quarta-feira, véspera da cúpula, a UE anunciou o desbloqueio de pagamentos a Hungria de até 10,2 bilhões de euros (11 bilhões de dólares ou 54 bilhões de reais) que haviam sido congelados por dúvidas sobre o funcionamento do Estado de Direito nesse país.

Nesta quinta-feira, o primeiro-ministro da Irlanda, Leo Varadkar, admitiu que o desbloqueio de pagamentos coincidiu com um momento inoportuno, mas descartou que esteja relacionado à postura húngara sobre a Ucrânia.

"A percepção é de que trata-se de algum tipo de incentivo para conseguir que a Hungria apoie certas posições(...) Potanto, na realidade esse não é o caso", afirmou.

O primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis, deixou claro ao chegar à reunião que seu governo "apoia a proposta da Comissão Europeia sobre a ampliação [do bloco], em especial com a necessidade de iniciar negociações" de adesão com a Ucrânia.

A sensibilidade da discussão sobre a ampliação do bloco e a adesão da Ucrânia é tão espinhosa que fontes diplomáticas não descartam que a cúpula possa estender-se inclusive até sábado.

O Conselho Europeu também deveria conceder à Geórgia o status formal de país candidato à adesão, enquanto a Bósnia ainda teria de cumprir as condições prévias iniciais para que as negociações de adesão possam começar.

Mesmo que os líderes europeus decidam iniciar negociações de adesão com a Ucrânia e a Moldávia, o processo demora normalmente vários anos, durante os quais as conversações são ampliadas e as reformas são implementadas, e em alguns casos pode durar mais de uma década.

J.Oliveira--PC