Portugal Colonial - Israel continua sua ofensiva em Gaza após o fracasso da resolução de cessar-fogo na ONU

Israel continua sua ofensiva em Gaza após o fracasso da resolução de cessar-fogo na ONU

Israel continua sua ofensiva em Gaza após o fracasso da resolução de cessar-fogo na ONU

Israel intensificou, neste sábado (9), a sua ofensiva contra o movimento islamista palestino Hamas em Gaza, depois de os Estados Unidos terem vetado uma resolução no Conselho de Segurança da ONU que pedia um cessar-fogo imediato nos combates após mais de dois meses de guerra.

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O Hamas, no poder em Gaza, e a Autoridade Palestina, que administra parcialmente a Cisjordânia ocupada, condenaram duramente a postura dos Estados Unidos, um dos cinco membros permanentes e com poder de veto na máxima instância das Nações Unidas.

No sul da Faixa de Gaza, um bombardeio israelense em Khan Yunis deixou seis mortos e outras cinco pessoas morreram em outro ataque em Rafah, informou neste sábado o Ministério da Saúde do governo do Hamas.

De acordo com o movimento islamista, 17.490 pessoas, em sua maioria mulheres e crianças, morreram nos bombardeios e operações terrestres israelenses em Gaza desde o início da guerra, em 7 de outubro.

Naquele dia, Israel lançou uma campanha de bombardeios em resposta a uma incursão de milicianos islamistas procedentes de Gaza que mataram 1.200 pessoas, a maioria civis, e sequestraram cerca de 240 no sul do país.

A ofensiva israelense, que desde 27 de outubro incluiu operações terrestres, reduziu a escombros este pequeno território palestino de 362 km2 e cerca de 2,4 milhões de habitantes.

Segundo a ONU, mais de metade das casas foi destruída ou danificada e 1,9 milhão de pessoas foram deslocadas pelo conflito.

As Brigadas Ezedin Al Qasam, braço armado do Hamas, reivindicaram neste sábado novos ataques com foguetes contra o sul de Israel.

- Críticas aos EUA pelo veto na ONU -

A resolução para pedir um "cessar-fogo humanitário imediato" apresentada na ONU foi vetada pelos Estados Unidos, principal aliado de Israel.

Para o vice-representante dos Estados Unidos na ONU, Robert Wood, a resolução estava dissociada da "realidade" e "não teria movido nem uma agulha no terreno".

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, afirmou que um cessar-fogo "poderia evitar o colapso da organização terrorista Hamas, que comete crimes de guerra e crimes contra a humanidade e teria permitido que continuasse governando a Faixa de Gaza".

O Hamas condenou energicamente a posição dos EUA neste sábado, chamando-a de "imoral e desumana", e disse que constitui "participação direta" nos "massacres".

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, considerou que os Estados Unidos são "responsáveis pelo derramamento de sangue de crianças, mulheres e idosos palestinos na Faixa de Gaza pelas mãos das forças de ocupação israelenses".

O Irã alertou neste sábado que o veto dos EUA expõe o Oriente Médio ao risco de uma "explosão incontrolável" da situação.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que o Conselho de Segurança da ONU se tornou o "Conselho de Proteção de Israel".

- "Pesadelo humanitário" -

O veto dos Estados Unidos também provocou indignação entre os habitantes de Gaza.

"Qual resolução o Conselho de Segurança aprovou e implementou para a nossa causa e a do povo palestino?", perguntou um residente da Faixa, Mohamed al-Khatib, à AFP.

Desde 9 de outubro, Israel impôs um cerco quase total à Faixa de Gaza, impedindo a chegada de água, alimentos, medicamentos e eletricidade.

Os bombardeios israelenses só cessaram durante a trégua de uma semana que entrou em vigor em 24 de novembro, negociada com a mediação do Catar, do Egito e dos Estados Unidos.

Durante o cessar-fogo, Israel e o Hamas trocaram reféns por prisioneiros palestinos detidos em prisões israelenses.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou na sexta-feira que a população de Gaza está perto de um "abismo" e que vive um "pesadelo humanitário".

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional americano, John Kirby, voltou a pedir a Israel que implemente mais esforços para proteger os civis.

"Temos a certeza de que todos reconhecemos que mais pode ser feito (...) para reduzir as mortes de civis. Continuaremos trabalhando com os nossos parceiros israelenses para atingir esse objetivo", acrescentou.

Israel estima que ainda há 138 reféns detidos em Gaza. Na sexta-feira, informou que uma operação para libertar os reféns fracassou e que dois soldados ficaram feridos na tentativa.

O Hamas declarou que um refém, identificado como Sahar Baruch, foi morto e divulgou um vídeo mostrando um corpo.

O kibutz de Beeri, a comunidade agrícola fronteiriça de Gaza onde Baruch vivia, e o Fórum Israelense para Reféns e Familiares Desaparecidos, afirmaram em um comunicado conjunto que o homem de 25 anos foi "assassinado" pelo Hamas.

A guerra também reacendeu as tensões na Cisjordânia, um território ocupado por Israel desde 1967, onde uma operação israelense matou na sexta-feira seis palestinos, segundo a Autoridade Palestina.

Além disso, um bombardeio israelense no sul da Síria matou três combatentes do movimento libanês pró-iraniano Hezbollah e um sírio na sexta-feira, informou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

S.Pimentel--PC