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Donald Trump comparece novamente a julgamento por fraude fiscal
Donald Trump voltou a comparecer nesta quinta-feira (7) ao tribunal no julgamento civil por fraude financeira em Nova York contra sua empresa familiar, reafirmando que é vítima de um processo injusto.
O ex-presidente americano é acusado, juntamente com dois de seus filhos, Donald Jr. e Eric Trump, de inflar em bilhões de dólares o valor dos ativos imobiliários da Trump Organization na década passada para obter empréstimos bancários vantajosos.
A família Trump nega ter cometido qualquer fraude.
Antes do início da audiência, Donald Trump atacou as acusações nas redes sociais, afirmando que "o caso estava decidido [contra ele] antes mesmo de começar".
Durante o julgamento, o ex-presidente, favorito à indicação republicana para a eleição presidencial de 2024, acusou várias vezes o juiz Arthur Engoron, que conduz o caso, de estar "louco, completamente desequilibrado e perigoso" e de "fazer o trabalho sujo do Partido Democrata".
Ele também acusou a procuradora-geral do estado de Nova York, Letitia James, de ser "corrupta" e "racista".
Donald Trump, que testemunhou no caso em 6 de novembro e está programado para depor novamente em 11 de dezembro, compareceu à audiência nesta quinta-feira como espectador. Ao chegar ao tribunal, ele afirmou novamente ser vítima de uma "caça às bruxas".
"É uma caça às bruxas e é um julgamento muito corrupto", declarou à imprensa.
Na sala, o ex-presidente examinava documentos enquanto seus advogados interrogavam Eli Bartov, um professor de contabilidade que testemunhou a seu favor.
Segundo Bartov, a denúncia de James não tem fundamento porque "a contabilidade se baseia em regras [...] Algumas das alegações beiram o absurdo".
"Cerca de 3% a 4% das empresas informam que tiveram erros em seus relatórios financeiros. Erros financeiros são normais. É inevitável", acrescentou.
"Se você comete um erro fraudulento, fará de tudo para ocultar esse erro [...] Não há ocultação".
Pelo contrário, o valor real dos ativos de Trump estava subavaliado porque os ativos intangíveis não estavam incluídos, afirmou Bartov.
- 'Deveriam sentir vergonha' -
"Não há dúvida de que a marca do Sr. Trump vale bilhões [...] mas não aparece em lugar nenhum no balanço financeiro", afirmou.
Bartov se irritou com os membros da equipe legal da procuradora-geral quando eles afirmaram que parte de seu depoimento era pura especulação.
"Deveriam sentir vergonha", disse.
Trump foi acompanhado no tribunal por seu filho Eric, que também é réu neste processo. Em suas redes sociais, Trump afirmou que Eric não iria depor novamente porque "já havia dado seu depoimento PERFEITAMENTE".
Este julgamento é apenas um dos calvários judiciais que afligem Donald Trump. A partir de março, ele terá que comparecer a um tribunal federal em Washington por suas alegadas tentativas de reverter o resultado das eleições de 2020, nas quais foi derrotado pelo democrata Joe Biden.
Ele também enfrenta outro julgamento pelo suposto manuseio indevido de documentos secretos levados para sua casa após deixar a Casa Branca, e foi acusado de crime organizado na Geórgia por tentar anular os resultados das eleições de 2020 nesse estado do sul.
F.Carias--PC