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Americano é detido na Venezuela por 'conspirar' em disputa territorial
Um americano foi detido no fim de outubro na Venezuela sob a acusação de "conspirar" com a petrolífera ExxonMobil na disputa entre Caracas e a Guiana por Essequibo, região rica em petróleo, informou nesta quarta-feira (6) o procurador-geral, Tarek William Saab, que incluiu no caso políticos da oposição.
Segundo Saab, o americano Savoi Jadon Wright fez parte de um esquema para "conspirar" em uma tentativa de boicote contra o referendo que a Venezuela realizou no domingo em meio a uma disputa territorial centenária, na qual foi aprovada a criação de uma província venezuelana em Essequibo.
Wright usou criptomoedas e "grandes quantias em dinheiro para evitar controles financeiros e mascarar a origem e o destino dos fundos usados para conspirar", ressaltou o procurador, sem dar detalhes sobre o destino do dinheiro.
"Já se encontra detido", disse Saab sobre Wright, sem especificar a data da prisão, embora meios de comunicação americanos indiquem que ela ocorreu em 24 de outubro.
Saab assegurou que um segundo americano, Damián Merlo, a quem identificou como assessor do ex-presidente americano Donald Trump, estava envolvido no "esquema". Merlo está livre.
A investigação inclui "líderes da organização Súmate", fundada pela liberal María Corina Machado, vencedora das primárias para enfrentar o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, nas eleições de 2024. O procurador não citou María Corina expressamente.
O Ministério Público emitiu ordens de prisão contra três membros da Súmate - Claudia Macero, Pedro Urruchurtu e Roberto Abdul -, por "traição à pátria, conspiração com uma potência estrangeira, legitimação de capitais e formação de grupo criminoso".
"Foi possível identificar uma série de financiamentos provenientes da lavagem de ativos de organizações internacionais e empresas estrangeiras, como a ExxonMobil, para conspirar contra o desenvolvimento do referendo consultivo", assinalou Saab, em declarações transmitidas pela TV estatal.
Também foram ditadas ordens de prisão contra opositores venezuelanos no exílio, entre eles Juan Guaidó, que fugiu para os Estados Unidos em abril, após a eliminação, por parte da própria oposição, do simbólico "governo interino" que ele liderou desde 2019 com o apoio de Washington e de outros 50 países.
A disputa pelo Essequibo ganhou força depois que a ExxonMobil, transnacional que Caracas acusa de operar em áreas marítimas pendentes de delimitação, descobriu jazidas de petróleo importantes em 2015.
Estão "perseguindo venezuelanos honrosos que dedicaram sua vida a trabalhar pela democracia da Venezuela", reagiu María Corina Machado em coletiva de imprensa. "Isto é uma ação de ordem política, e não jurídica", afirmou.
S.Caetano--PC