Portugal Colonial - Hamas liberta mais duas reféns israelenses após prorrogação da trégua em Gaza

Hamas liberta mais duas reféns israelenses após prorrogação da trégua em Gaza

Hamas liberta mais duas reféns israelenses após prorrogação da trégua em Gaza

O Hamas libertou, nesta quinta-feira (30), outras duas reféns israelenses na Faixa de Gaza, de um total previsto de dez, no sétimo dia de uma frágil trégua entre Israel e o movimento islamista, no poder neste território palestino.

Tamanho do texto:

O Exército israelense anunciou que duas reféns foram entregues ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e estavam "a caminho de Israel", acrescentando que mais reféns "serão entregues [...] nas próximas horas".

O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, as identificou como Mia Shem, franco-israelense de 21 anos, e Amit Soussana, de 40 anos.

Uma fonte do Hamas informou à AFP que o grupo vai libertar "10 israelenses", dois deles com nacionalidade russa. Em troca, Israel deve libertar mais presos palestinos.

A trégua entre Israel e Hamas, que entrou em vigor em 24 de novembro, devia terminar na manhã desta quinta-feira, após uma primeira prorrogação de dois dias.

Mas as duas partes anunciaram, minutos antes do fim do prazo, sua extensão por mais um dia, até a sexta-feira às 05H00 GMT (02h de Brasília).

O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, reuniu-se com os máximos dirigentes israelenses e da Autoridade Palestina para tentar prorrogar a pausa nos combates, que permitiu a libertação dos reféns e dos presos, assim como a entrada de ajuda humanitária em Gaza.

Horas depois de estender a trégua, três pessoas morreram e oito ficaram feridas em um ataque executado por dois palestinos afiliados ao Hamas em um ponto de ônibus no oeste de Jerusalém, segundo a polícia israelense, que acrescentou que os autores do ataque "foram abatidos".

Os combatentes islamistas reivindicaram os disparos e convocaram uma "escalada da resistência".

Dois soldados israelenses ficaram levemente feridos nesta quinta-feira em outro ataque contra um posto de controle na Cisjordânia ocupada, segundo o Exército. O agressor também foi "abatido".

- 'Esperamos que continue' -

Em um encontro com o presidente de Israel, Isaac Herzog, em Tel Aviv, Blinken avaliou que a trégua "está dando resultados, é importante e esperamos que continue".

Blinken se reuniu depois com Netanyahu, a quem disse ser "imperativo" proteger os civis e "garantir as necessidades humanitárias" em Gaza se a trégua acabar.

O diplomata viajou depois para Ramallah, na Cisjordânia ocupada, para se reunir com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

O pacto permitiu um cessar dos combates iniciados em 7 de outubro, quando militantes do Hamas lançaram um ataque contra o sul de Israel, no qual mataram 1.200 pessoas, a maioria civis, e sequestraram cerca de 240, segundo as autoridades israelenses.

Entre os mortos, há mais de 300 militares.

Israel respondeu com uma ofensiva aérea e terrestre contra a Faixa de Gaza, que matou quase 15.000 pessoas, também civis na maioria, segundo o governo deste território.

Desde 24 de novembro, o acordo de trégua permitiu a libertação de 70 reféns israelenses e a soltura de 210 prisioneiros palestinos, estes últimos mulheres e menores de 19 anos.

Além disso, ao menos 27 reféns estrangeiros ou com dupla nacionalidade, a maioria tailandeses residentes em Israel, foram libertados fora do marco do acordo.

- 'Verdadeiro cessar-fogo' -

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu "um verdadeiro cessar-fogo humanitário" e disse que os habitantes de Gaza sofrem "uma catástrofe humanitária épica".

A China urgiu uma "trégua humanitária prolongada e duradoura" por meio de um documento de sua chancelaria.

A trégua permitiu aumentar consideravelmente a quantidade de ajuda humanitária enviada a Gaza, submetida a um "assédio total" por parte de Israel, que cortou o abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível.

No entanto, a situação continua sendo "catastrófica", segundo o Programa Mundial de Alimentos (PMA), ao alertar que "existe risco de fome extrema".

Segundo a ONU, 1,7 milhão dos 2,4 milhões de habitantes da Faixa de Gaza foram deslocados pela guerra e mais da metade das residências foram danificadas ou destruídas.

Israel anunciou, nesta quinta-feira, que chamou para consultas sua embaixadora na Espanha por declarações do chefe de governo espanhol, Pedro Sánchez, que afirmou ter "sérias dúvidas de que [Israel] esteja respeitando o direito internacional humanitário" no território palestino.

O chefe da diplomacia israelense, Eli Cohen, qualificou os comentários de "escandalosos".

burs-sah/hgs/pc/mvv/rpr

L.Mesquita--PC