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Hamas confirma que libertará novos reféns neste sábado como previsto
O Hamas confirmou neste sábado (25) que irá libertar um segundo grupo de reféns antes da meia-noite, como planejado, após adiar sua transferência acusando Israel de não respeitar o acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza após sete semanas de guerra.
Em um comunicado, o Hamas disse ter "respondido positivamente aos esforços egípcios e catarianos que duraram todo o dia" e ter obtido um "compromisso" de Israel, especialmente sobre a entrega de ajuda humanitária no norte da Faixa de Gaza e a libertação de prisioneiros palestinos detidos.
O Catar, mediador-chave no conflito, confirmou que treze reféns israelenses e sete estrangeiros mantidos na Faixa de Gaza serão libertados "nesta noite" em troca de 39 prisioneiros palestinos.
"Após um atraso, os obstáculos foram superados para libertar os prisioneiros por meio de contatos do Catar e do Egito com as duas partes, e 39 civis palestinos serão libertados esta noite, ao mesmo tempo em que 13 reféns israelenses sairão de Gaza junto com sete estrangeiros", declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed Al Ansari, na rede social X, antigo Twitter.
Pouco antes, o braço armado do movimento islamita palestino, as Brigadas Ezzedine al Qassam, exigiu "a entrada de caminhões de ajuda humanitária no norte da Faixa de Gaza" e o respeito aos "critérios de seleção" para a libertação de prisioneiros palestinos em troca dos reféns, antes de entregá-los ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
"Israel não violou o acordo", afirmou uma fonte israelense à AFP.
O cessar-fogo de quatro dias, renovável, obtido na quarta-feira por Catar, Estados Unidos e Egito, prevê a libertação de um total de 50 reféns israelenses, dos mais de 200 mantidos em Gaza, e de 150 palestinos detidos em Israel.
Inclui também a entrada de ajuda humanitária e combustível em Gaza.
Os bombardeios israelenses em Gaza, contínuos desde o ataque perpetrado em Israel em 7 de outubro pelo Hamas, e a ofensiva militar no norte do território palestino cessaram, assim como os disparos de foguetes do Hamas em direção a Israel.
Na sexta-feira, o Hamas entregou um primeiro grupo de 13 reféns israelenses, além de dez tailandeses e um filipino que não faziam parte do acordo inicial, ao CICV para serem levados a Israel via Egito.
Por sua vez, Israel libertou 39 palestinos presos, mulheres e jovens com menos de 19 anos.
- "Não esquecer" -
Em Tel Aviv, os rostos sorridentes dos reféns libertados na sexta-feira foram projetados na fachada do Museu de Arte, com as palavras: "Estou de volta em casa".
"Hoje, estamos felizes em ver os nossos de volta, mas não devemos esquecer todos os que ainda não retornaram", disse Yael Adar, nora de Yaffa Adar, de 85 anos, e a mais idosa dos reféns libertados, no site de notícias Ynet.
"Não ficaremos em silêncio até que o último detido retorne para casa", prometeu Yael Adar, cujo filho Tamir, um pai de dois filhos de 38 anos, ainda está nas mãos do Hamas, sequestrado junto com sua avó no kibutz de Nir Oz.
O chefe do Estado-Maior israelense, general Herzi Halevi, alertou, no entanto, que a guerra não tinha terminado.
"Começaremos a atacar Gaza novamente assim que a trégua terminar (...) para desmantelar o Hamas e criar uma enorme pressão para trazer de volta o mais rapidamente possível o maior número de reféns possível, até o último deles", afirmou.
- Júbilo na Cisjordânia -
Na Cisjordânia ocupada, cenas de alegria acompanharam o retorno dos prisioneiros libertados, recebidos como "heróis" em algumas áreas, com fogos de artifício, bandeiras palestinas e do movimento Hamas.
Em Jerusalém Oriental, ocupada por Israel desde 1967, as celebrações foram proibidas.
"Esperava o dia em que seria libertada da prisão e pudesse abraçar minha mãe", explicou à AFP Rawan Nafez Mohammad Abu Matar, de volta à sua casa perto de Ramallah, na Cisjordânia, e que foi condenada em 2015, aos 21 anos, a nove anos de prisão por tentativa de assassinato contra um guarda de fronteira israelense.
Em 7 de outubro, os combatentes do Hamas mataram 1.200 pessoas e sequestraram cerca de 240, segundo as autoridades, no pior ataque em solo israelense na história do país.
Em resposta, Israel bombardeou implacavelmente o pequeno território. O grupo islamista, que governa Gaza desde 2007, afirma que 14.854 pessoas morreram até agora, incluindo 6.150 crianças, devido à ofensiva israelense.
- "Esperamos que dure" -
A trégua representa um primeiro momento de alívio para os habitantes de Gaza, que também enfrentam um "cerco total" por parte de Israel, com acesso limitado a água, comida, eletricidade e medicamentos.
"A trégua é boa, esperamos que dure. [...] As pessoas querem viver", confessou à AFP Mohammed Dheir, que encontrou refúgio com sua família em Rafah, no sul.
O Exército considera que o terço norte da Faixa de Gaza, onde se encontra a cidade de Gaza, é uma zona de combate que abriga o centro de infraestrutura do Hamas. Ele ordenou que a população deixasse essa área e proíbe o retorno.
A trégua também deverá permitir a entrada de mais ajuda humanitária em Gaza. Na sexta-feira, 200 comboios de caminhões carregados com ajuda humanitária entraram, segundo o serviço do Ministério da Defesa de Israel, responsável pelos assuntos civis nos territórios palestinos.
P.Queiroz--PC