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Marcha pela libertação de reféns do Hamas chega a Jerusalém para exigir 'respostas'
Milhares de pessoas que pedem a libertação dos reféns sequestrados em 7 de outubro pelo Hamas chegaram a Jerusalém neste sábado (18) para exigir "respostas" do governo israelense, após uma marcha de quatro dias durante a qual souberam que duas mulheres capturadas pelo movimento islamista foram encontradas mortas em Gaza.
A caminhada, que começou na terça-feira em Tel Aviv, a 60 km de distância, chegou a Jerusalém à tarde e deve terminar em frente ao gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Os manifestantes exibiam bandeiras israelenses e fotos dos reféns.
"Tragam-nos para casa agora", clamava a multidão, convocada pelos familiares dos reféns.
"Mamãe, te esperamos. Volte", dizia a inscrição de um cartaz sob a foto de uma mulher sorridente.
Segundo o exército, os comandos islamistas que mataram 1.200 pessoas em 7 de outubro no sul de Israel sequestraram e levaram para Gaza cerca de 240 reféns.
As famílias acusam o governo israelense de não fornecer informações sobre as medidas para libertar os cativos.
"Queremos respostas", afirmou Ari levi, de 68 anos, cujo primo, Ohad Yahalomi, de 49 anos, e seu sobrinho, Eitan, de 12, estão na lista de sequestrados.
"Não sabemos o que o governo está fazendo, não temos nenhuma informação", disse à AFP.
"Quando Eitan voltar, vou comprar a melhor bicicleta do mundo para ele", acrescentou, antes de cair em prantos.
O Fórum de Famílias de Reféns e Desaparecidos anunciou ao anoitecer que as famílias serão recebidas por "todo o gabinete de guerra", formado após o começo desta crise.
- "Não podemos perder outros" -
A ansiedade sobre a situação dos reféns aumentou na quinta-feira, quando o exército reportou a descoberta do corpo de uma refém, Yehudit Weiss, perto do hospital Al Shifa da Cidade de Gaza, e assegurou que ela foi "assassinada pelos terroristas do Hamas".
E na sexta-feira, afirmou que tinha encontrado o corpo de outra refém, Noa Marciano, uma soldado de 19 anos, durante a revista em um apartamento vizinho ao hospital.
Na segunda-feira, o Hamas informou que a mulher tinha morrido nos bombardeios israelenses.
"Não podemos perder outros", afirmou Yuval Haran, cuja mãe e outros seis familiares fazem parte da lista de reféns.
Várias fontes informaram sobre as negociações em curso, com mediação do Catar, para tentar libertar os reféns em troca de uma trégua nos combates.
Até agora, o governo israelense rejeitou, no entanto, qualquer pedido de um cessar-fogo no conflito com o Hamas, ao qual qualifica como organização terrorista.
Os bombardeios israelenses em represália aos ataques de 7 de outubro já deixaram mais de 12.300 mortos, 5.000 deles crianças, na Faixa de Gaza, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, no poder no território desde 2007.
F.Moura--PC