Portugal Colonial - Situação humanitária em Gaza se agrava por falta de combustível

Situação humanitária em Gaza se agrava por falta de combustível

Situação humanitária em Gaza se agrava por falta de combustível

A falta de combustível interrompeu o envio de ajuda a Gaza, segundo a ONU, e provocou a morte de 24 pacientes em dois dias no hospital Al Shifa, de acordo com o movimento islamista Hamas, no poder no território palestino, que está sob fogo israelense há 42 dias.

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O Ministério da Saúde do Hamas indicou nesta sexta-feira (17) que 24 pacientes morreram no hospital Al Shifa da cidade de Gaza, o principal da Faixa, "porque equipamentos médicos vitais deixaram de funcionar devido aos cortes de eletricidade", ao não ter combustível para seus geradores.

Pouco antes, o gabinete de guerra israelense autorizou a entrada diária de dois caminhões com combustível a pedido dos Estados Unidos, "para as necessidades da ONU (...) sob a condição de que não cheguem ao Hamas".

O Exército israelense afirmou à AFP que segue vasculhando, pelo terceiro dia consecutivo, o imenso complexo em busca de esconderijos dos combatentes do movimento islamista, que nega ter bases no hospital.

Desde o ataque do Hamas contra seu território em 7 de outubro, que deixou 1.200 mortos, a maioria civis, Israel prometeu "aniquilar" o movimento islamista, considerado um grupo "terrorista" por Estados Unidos, União Europeia e Israel.

Além disso, os combatentes do Hamas sequestraram quase 240 reféns, que foram levados para Gaza.

Desde então, as tropas israelenses bombardeiam incessantemente o pequeno território palestino e em 27 de outubro iniciaram uma operação terrestre, o que provocou intensos combates com os combatentes do Hamas e a morte de 51 soldados.

Em Gaza, a ofensiva israelense deixou 11.500 mortos, incluindo 4.710 crianças, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.

- "Indícios" dos reféns -

A comunidade internacional mostra uma crescente preocupação com os quase 2.300 civis que, segundo a ONU, estão no interior do hospital Al Shifa.

O diretor do centro hospitalar, Mohammed Abu Salmiya, denunciou uma situação catastrófica no complexo, onde não há "água nem comida".

Israel acusa o Hamas de utilizar os hospitais do território como bases e de usar os pacientes como "escudos humanos".

O Exército assegurou ter encontrado material militar e a entrada de um túnel no hospital Al Shifa, além de "imagens relacionadas aos reféns" capturados pelo Hamas.

"Temos fortes indícios de que (os reféns) estavam detidos no hospital Al Shifa e esta é uma das razões pela qual entramos. Os reféns estavam lá, mas foram transferidos", disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ao canal americano CBS.

O Exército anunciou nesta sexta-feira que encontrou o corpo de Noa Marciano, uma militar de 19 anos sequestrada pelo Hamas, "em uma estrutura anexa" ao hospital Al Shifa.

Na quinta-feira, indicou que havia encontrado o corpo de Yehudit Weiss, uma refém de 65 anos "assassinada pelos terroristas da Faixa de Gaza".

- Corte das telecomunicações -

O pequeno território está sob cerco total desde 9 de outubro, quando Israel cortou o abastecimento de água, energia elétrica, alimentos e remédios.

A agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA), disse na quinta-feira que não pode mais coordenar a distribuição de ajuda por causa do corte das telecomunicações, também provocado pela falta de combustível para os geradores.

Pelo segundo dia consecutivo, a ajuda não pôde entrar em Gaza pela passagem de Rafah (sul, limítrofe com o Egito), já que os caminhões da UNRWA não tinham combustível, afirmou a ONU.

"Não temos energia elétrica nem água potável ou comida (...) Milhares de mulheres, crianças, doentes e feridos estão em perigo", declarou à AFP o porta-voz do Ministério da Saúde do Hamas, Ashraf al Qidreh.

A ONU calcula que o conflito provocou o deslocamento de 1,65 milhão dos 2,4 milhões de habitantes de Gaza, que enfrentam, segundo o Programa Mundial de Alimentos (PMA), uma "possibilidade imediata de morrer de fome".

- Sete mortos na Cisjordânia ocupada -

A ONU e vários líderes internacionais pedem um cessar-fogo por razões humanitárias, mas Netanyahu se nega a aceitar a medida e exige que os reféns sejam libertados antes.

Uma caminhada de parentes de reféns que partiram na terça-feira de Tel Aviv deve chegar nesta sexta-feira à entrada do gabinete do primeiro-ministro em Jerusalém. As famílias exigem um acordo imediato sobre o tema.

Negociações estão em curso, com o Catar como mediador, mas são "muito delicadas", admitiu o chanceler egípcio Sameh Shukry, que afirmou estar "em contato com o Hamas, com outras partes internacionais afetadas e com Israel".

O líder do Hamas no exílio, Ismail Haniyeh, advertiu que Israel só conseguirá "a libertação dos presos ao preço estabelecido pela resistência".

A violência também aumentou na Cisjordânia ocupada, tanto com as agressões dos colonos contra os palestinos como com as crescentes incursões do Exército israelense.

As Forças Armadas israelenses anunciaram nesta sexta-feira que mataram "ao menos cinco terroristas" em um acampamento de refugiados de Jenin.

O Ministério da Saúde palestino informou que duas pessoas morreram em Hebron, no sul, "atingidas por tiros do Exército israelense", que confirmou tal balanço.

O presidente turco, Recep Tayip Erdogan, pediu o fim dos "ataques de Israel contra terras palestinas", durante uma reunião em Berlim com seu contraparte alemão, Frank-Walter Steinmeier, segundo a presidência turca.

Além disso, os bombardeios israelenses contra depósitos de armas do movimento Hezbollah perto da capital síria, Damasco, mataram dois combatentes pró-Irã, informou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

P.Mira--PC