Portugal Colonial - De luto, manifestantes protestam contra mineração no Panamá

De luto, manifestantes protestam contra mineração no Panamá
De luto, manifestantes protestam contra mineração no Panamá / foto: ROBERTO CISNEROS - AFP

De luto, manifestantes protestam contra mineração no Panamá

Centenas de manifestantes protestaram nesta quarta-feira (8) no Panamá contra a atividade mineradora, vestidos de preto em sinal de luto pela morte de dois professores, que foram baleados por um homem enfurecido durante um bloqueio nos arredores da capital.

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Agitando bandeiras do Panamá, os manifestantes, em sua maioria professores, protestaram na Cidade do Panamá e arredores e em outras províncias do país, às vezes em silêncio e às vezes gritando slogans contra o governo, ao qual responsabilizam pela agitação social que o país está vivenciando.

"Isto poderia ter sido evitado pelo governo nacional. Não apenas os professores estão muito tristes (...), o povo está nas ruas dizendo 'não' à mineração. Para nós, a riqueza são os recursos naturais. Ontem (terça-feira) perdemos dois colegas em uma luta nossa muito pacífica", disse Xisto Díaz, um professor de 54 anos, à AFP.

Outro professor, Armando Guerra, de 52 anos, acusou o presidente Laurentino Cortizo de permanecer "indiferente à realidade que o país está vivendo".

Há quase três semanas, os panamenhos protestam contra um contrato assinado pelo governo e aprovado pelo Congresso, que permite à empresa canadense First Quantum Minerals (FQM) operar por 40 anos a maior mina de cobre da América Central no Caribe panamenho.

"Se o povo continuar votando nas mesmas pessoas, a cada cinco anos estaremos perdendo educadores, trabalhadores, qualquer pessoa que se atreva a lutar vai morrer", declarou Jerry Méndez, também professor, de 46 anos.

Para conter os protestos, o Congresso aprovou na última sexta-feira uma moratória para a mineração metálica, mas decidiu deixar a decisão final sobre o contrato nas mãos da Suprema Corte de Justiça, o que satisfez os ambientalistas.

No entanto, o sindicato da construção e sindicatos de professores continuaram os protestos e bloqueios, exigindo que o contrato seja imediatamente anulado, substituindo o acordo de concessão de 1997, que foi concedido sem licitação e em condições desfavoráveis para o país.

O governo e a empresa argumentam que o novo contrato proporciona contribuições mínimas anuais ao Estado no valor de US$ 375 milhões (R$ 1,8 bilhão), dez vezes mais do que o valor do acordo inicial, e que a mina gera cerca de 50 mil empregos diretos e indiretos, contribuindo com 5% do PIB.

V.Fontes--PC