Portugal Colonial - Autoridades ocupam quarta prisão na Venezuela, onde funcionava 'centro de extorsão'

Autoridades ocupam quarta prisão na Venezuela, onde funcionava 'centro de extorsão'
Autoridades ocupam quarta prisão na Venezuela, onde funcionava 'centro de extorsão' / foto: YURI CORTEZ - AFP

Autoridades ocupam quarta prisão na Venezuela, onde funcionava 'centro de extorsão'

As autoridades venezuelanas ocuparam, nesta sexta-feira (3), a quarta prisão do país controlada por gangues, cujos líderes "se renderam", informou o ministro do Interior.

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O Centro Penitenciário da Região Leste, conhecido como "La Pica", localizado no estado de Monagas (leste), foi tomado durante a madrugada. O canal estatal VTV exibiu imagens de veículos blindados entrando no presídio e detentos saindo em fila, sem camisa e com as mãos atrás da cabeça.

"A prisão de 'La Pica' foi objeto de uma intervenção e controlada", disse o almirante Remigio Ceballos, ministro de Interior e Justiça, à VTV.

Na penitenciária havia 1.496 detentos que "serão transferidos temporariamente para outros centros e, uma vez que se verifiquem todos os processos judiciais, serão novamente reincorporados à jurisdição que lhes corresponde", indicou o ministro.

Foram apreendidas 171 armas de fogo, quatro granadas de mão, uma granada de gás lacrimogênio, 56 carregadores, 1.200 cartuchos de diferentes calibres e 120 telefones celulares que eram usados para realizar extorsões de dentro da prisão, segundo Ceballos.

"Desmantelamos um centro de extorsão através de telefones para atentar contra a segurança do povo", afirmou Ceballos ao se referir a uma prática criminosa bastante difundida no país.

"La Pica" é o quarto centro de detenção assumido pelas autoridades desde 20 de setembro, quando foi tomada a prisão de Tocorón, no estado de Aragua (centro-norte), onde funcionava o Trem de Aragua, uma espécie de organização criminosa multinacional dedicada ao sequestro, extorsão e tráfico de drogas na Venezuela e em outros países latino-americanos.

Na sequência vieram as operações em Tocuyito (Carabobo, centro-norte), o maior presídio do país, e Puente Ayala, em Anzoátegui (leste).

Mais cedo, Ceballos republicou informações de um jornalista do veículo governista Últimas Noticias, nas quais indicava que o governo assumiu o controle "depois de subjugar Pedro El Rapidito [pseudônimo] e El Yeferson [pseudônimo], líderes da estrutura criminosa que operava ali”.

"Alguns redutos apresentaram resistência. Depois que esgotamos todas as medidas de diálogo, houve a rendição e, neste momento, estão sob as ordens do Ministério de Assuntos Penitenciários", indicou Ceballos, sem oferecer detalhes.

A ONG especializada Observatório Prisional Venezuelano (OVP) indicou, no entanto, que a operação em La Pica "foi negociada e entregue diretamente pelos 'prans'", como são conhecidos os líderes das gangues que controlam as prisões.

"Os reclusos já sabiam há uma semana que a prisão sofreria intervenção, porque os 'prans', através de uma corneta, anunciaram que a prisão seria tomada", afirmou a OVP em comunicado.

Segundo esta organização, crítica ao governo, estes criminosos viviam com muito luxo, com duas piscinas no interior da prisão, gado e motos, além de manusearem armas de alto calibre.

Embora já tivessem cumprindo a pena, os "prans" coordenavam redes de extorsão e tráfico de drogas de dentro das cadeias e cobravam de cada preso uma taxa de US$ 5 (pouco mais de 25 reais) para circularem dentro da prisão.

P.Cavaco--PC