Portugal Colonial - Deputados governistas de Honduras forçam nomeação interina de chefes do MP

Deputados governistas de Honduras forçam nomeação interina de chefes do MP
Deputados governistas de Honduras forçam nomeação interina de chefes do MP / foto: Orlando SIERRA - AFP

Deputados governistas de Honduras forçam nomeação interina de chefes do MP

Deputados governistas de Honduras forçaram, nesta quarta-feira (1º), a polêmica nomeação interina de dois chefes do Ministério Público, provocando a indignação dos opositores, após dois meses de disputas.

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A comissão permanente do Congresso, integrada por nove deputados governistas, nomeou por unanimidade os advogados Johel Zelaya como procurador-geral e Mario Morazán como procurador-geral adjunto, e os empossou de imediato.

O presidente do Congresso, Luis Redondo, que também chefia a comissão permanente, argumentou que esta tem atribuições para "eleger interinamente" os substitutos dos funcionários que encerraram seus mandatos, mas a oposição nega.

A comissão ficou a cargo do Congresso com o começo, nesta quarta, de um recesso legislativo, dois meses depois de os procuradores-gerais Oscar Chinchilla e Daniel Sibrián concluírem seus mandatos de cinco anos, sem que seus sucessores tenham sido escolhidos.

No entanto, o Congresso não pôde eleger seus substitutos devido a disputas entre os dois blocos, que individualmente carecem da maioria necessária para designá-los.

O partido governista Libre (esquerda) alcançou 52 votos e três partidos da oposição somaram 74, mas a eleição exige 86 votos - dois terços dos 128 deputados.

Sibrián continuou atuando como procurador-geral, o que foi repudiado pela situação.

Com a nomeação dos interinos, os deputados da comissão permanente "cometeram crime de traição à pátria, abuso de autoridade [e] violação dos deveres", sentenciou o presidente do Partido Nacional (PN, direita), David Chávez.

O presidente do PN e outros membros da oposição se postaram na entrada do prédio do Ministério Público, em Tegucigalpa, para tentar impedir a entrada dos procuradores designados.

O líder da bancada do PN, Thomas Zambrano, encabeçou um grupo de deputados que tentou entrar no prédio legislativo para frustrar a eleição, mas foram impedidos por policiais, em meio a empurrões.

"Queremos falar com a comissão permanente, estão cometendo um abuso e mais uma ilegalidade, queixou-se Zambrano.

Na noite de terça-feira, três deputados da oposição ficaram feridos ao serem agredidos com garrafas, paus e pedras por ativistas do Libre.

O deputado governista Bartolo Fuentes assegurou à AFP que os legisladores opositores querem que "o Ministério Público os continue protegendo" em seus vínculos com "a corrupção e o narcotráfico".

Fuentes fez alusão ao ex-presidente hondurenho Juan Orlando Hernández, do PN, preso em Nova York por tráfico de drogas.

T.Vitorino--PC